Mary Weiss, vocalista da girl-band Shangri-Las, morre aos 75 anos

A morte da cantora nova-iorquina, intérprete de vários sucessos nos anos 60, como Remember ou Leader of the Pack, foi confirmada pelo marido.

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Mary Weiss (à esquerda na foto), Margie Ganser e Liz Weiss Roberta Bayley/Redferns/getty images
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Morreu esta sexta-feira, aos 75 anos, a voz principal das Shangri-Las, uma das girl-bands americanas que marcaram a música pop em meados dos anos 60, a par das Shirelles, das Ronettes ou de Martha Reeves & The Vandellas.

A cantora, nascida em 1948, criou a banda em 1963, quando tinha 15 anos, com a sua irmã mais velha, Elizabeth Weiss, e com um par de gémeas idênticas que ambas tinham conhecido no liceu nova-iorquino Andrew Jackson, em Queens: Mary Ann e Marge Ganser.

Embora o grupo tenha tido vida efémera – dissolveu-se em 1968, quando a sua popularidade já começara a declinar, em parte devido à invasão da pop britânica –, as Shangri-Las, com os seus temas melodramáticos sobre desaires amorosos adolescentes, são ainda hoje consideradas um dos grupos essenciais da pop dos anos 60 do século passado.

O seu auge foi o ano de 1964, quando lançaram uma série de sucessos, de Leader of the Pack e Give Him a Great Big Kiss ao operático e psicadélico Remember (Walking in the Sand), com os seus gritos de gaivotas na praia, um objecto extravagante, muito marcado pelas ideias do produtor George "Shadow" Morton, e que teria continuidade no melodrama I Can Never Go Home Anymore, editado no ano seguinte. Ainda nesse mesmo ano de 1964, fizeram a primeira parte de um concerto dos Rolling Stones nos Estados Unidos.

Tanto Remember (Walking in the Sand)​ como Leader of the Pack foram incluídas pela revista Rolling Stone na lista das 500 melhores músicas de todos os tempos.

Mary tinha poucas semanas de vida quando o seu pai morreu, e ela, a irmã e um irmão foram criados apenas pela mãe, numa zona pobre de Queens. As gémeas Ganser vinham do mesmo meio. Quando a banda se separou, Mary tinha apenas 18 anos, e o essencial da sua vida foi passado longe do meio musical, trabalhando numa firma de arquitectura, e mais tarde como agente imobiliária.

Esteve assim ausente dos meios musicais durante muitas décadas, mas protagonizou um surpreendente regresso em 2007 com um disco a solo, aliás bem recebido pela crítica: Dangerous Game.

Reagindo à morte de Mary Weiss, Miriam Linna, da editora discográfica Norton Records, afirmou: “Mary era um ícone, uma heroína, tanto para os rapazes como para as raparigas da minha geração, e de todas as gerações”.

Também na página oficial do Instagram de Ronnie Spector, a vocalista principal das Ronettes, que morreu em Dezembro de 2022, foi deixada uma homenagem: “Estamos profundamente entristecidos por saber da morte de Mary Weiss. Ela e Ronnie tinham o mesmo espírito, eram duas destemidas bad girls dos anos 60”.

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