Líder da IL admite que nada fez para segurar Carla Castro: “Não houve conversas nos últimos tempos”

Deputada, que disputou a liderança interna com Rui Rocha, está de saída da Iniciativa Liberal no fim do mandato, após as eleições de 10 de Março.

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Em duas semanas, Rui Rocha viu os dois adversários na disputa interna deixarem o partido LUSA/PEDRO SARMENTO COSTA
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O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, evitou fazer grandes considerações sobre a decisão da deputada Carla Castro de deixar o partido no final do mandato quando terminar a actual legislatura, disse lamentar a sua saída mas deixou claro que o seu foco são as eleições legislativas.

“Há um mês, Carla Castro manifestou disponibilidade para integrar as listas [de candidatos a deputados] da Iniciativa Liberal. Depois, perante um convite concreto para uma posição entre o quinto e o sétimo lugar nas listas de Lisboa, entendeu recusar. Decide agora e anuncia a sua saída. Obviamente que eu lamento tudo isto”, afirmou esta sexta-feira, em declarações aos jornalistas, no final de uma visita ao Brigantia Ecopark, Parque de Ciência e Tecnologia em Bragança.

Questionado sobre se entende a saída de Carla Castro tendo em conta a posição que lhe foi reservada na lista de candidatos a deputados, Rui Rocha não quis comentar as decisões que foram tomadas. "As pessoas saberão das suas decisões. Eu tenho que saber da minha missão, da minha responsabilidade e do meu objectivo", disse.

Os jornalistas quiseram também saber se Rui Rocha tinha tentado demover a deputada a não se desfiliar da IL, ao que respondeu: "Não houve conversas nos últimos tempos.”

A resposta do líder liberal evidencia o distanciamento que existe entre ele e Carla Castro, que disputou a liderança interna há um ano, obtendo 44%, um resultado confortável e não muito longe dos 51,7% dos votos conquistados pelo sucessor de João Cotrim de Figueiredo, que vai liderar a lista da IL ao Parlamento Europeu.

A decisão da ex-vice-presidente do grupo parlamentar da IL de abandonar a Iniciativa Liberal em breve é tomada num contexto de progressivo afastamento em relação ao partido e de muitas divergências.

Carla Castro, que promete cumprir até ao fim o mandato para o qual foi eleita, é, no espaço de duas semanas a segunda ex-candidata à liderança a sair. No início de Janeiro, José Cardoso, que tem sido uma voz crítica da actual liderança, desfiliou-se da Iniciativa Liberal.

Ao contrário da economista liberal, José Cardoso, que foi conselheiro nacional, teve um resultado na disputa pela liderança muito mais modesto do que Carla Castro, tendo-se ficado pelos 4,3% dos votos.

A ex-adversária de Rui Rocha na disputa interna afirma que tomou a decisão de sair da IL com base na “firme convicção” de que é “adequada.”

“Considero que é esta a altura certa, antes do início da campanha eleitoral e com as listas fechadas, evitando distorções ou distracções mediáticas”, declarou Carla Castro ao PÚBLICO na quinta-feira. “Não me movem futuras ambições partidárias”, acrescentou, revelando que vai regressar à vida privada depois de deixar à Assembleia da República.

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