Um espectro assombra a Europa

Não há dúvida de que estamos a assistir, por todo o lado, a um poder de mobilização das massas em torno de um chefe que designa um inimigo que é sempre estrangeiro. O chefe pode mentir ilimitadamente.

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Num texto breve e muito recente (pode ser lido aqui), o filósofo italiano Giorgio Agamben olha com as lentes mais escuras a configuração política e social do nosso tempo e conclui que estamos a entrar na fase extrema de um processo (“cujo fim não podemos prever com certeza, mas cujas consequências poderão ser catastróficas”) que evoca a “mobilização total” empreendida pelo fascismo para a instauração de uma “nova ordem”. Podemos perceber que se trata de uma análise proveniente do laboratório político italiano, em contínuo funcionamento desde os anos 20 do século passado.

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