A maturidade de Mirra Andreeva faz estragos em Melbourne

Novak Djokovic cedeu um set na segunda ronda do Open da Austrália.

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Mirra Andreeva EPA/LUKAS COCH
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Há 12 meses, Mirra Andreeva saiu de Melbourne como vice-campeã júnior do Open da Austrália. Cinco meses depois obteve as primeiras vitórias num torneio do Grand Slam, ao atingir a terceira ronda em Roland Garros e, semanas mais tarde, chegou aos oitavos-de-final em Wimbledon; dois torneios em que teve de passar pelo qualifying. Em Outubro, a tenista russa estava no top 50 e no final da época recebeu o Prémio Revelação da WTA Tour. Apesar da juventude, os progressos de Andreeva continuam em 2024 e, no regresso a Melbourne, obteve a primeira vitória sobre uma adversária do top 10 e logo sobre o seu ídolo Ons Jabeur.

A tenista nascida em Krasnoiarsk, na Sibéria, revelou estar muito nervosa antes de entrar na Rod Laver Arena, mas depressa os nervos se dissiparam; em 20 minutos, Andreeva fechou o primeiro set, por 6-0 e tornou-se na mais nova tenista a infligir um 6-0 no set inicial a uma adversária do top 10 num torneio do Grand Slam.

Jabeur, número seis do ranking e finalista do US Open e, por duas vezes, em Wimbledon, tentou reagir, mas estava em dia não e, ao fim de 54 minutos, concluía o encontro, com os parciais de 6-0, 6-2. Há 25 anos que não havia uma jogadora tão jovem a ceder três (ou menos) jogos a uma adversária do top 10 num torneio do Grand Slam.

“Sinto-me um pouco mais madura”, justificou Andreeva, antes de ser confrontada com a sua idade, 16 anos. “É verdade, mas no ano passado tinha 15”, frisou a actual 47.ª do ranking. Andreeva foi a única do trio de jogadoras de 16 anos que actuou na quarta-feira que passou à terceira ronda. A checa Brenda Fruhvirtova (107.ª) perdeu, por 6-3, 6-2, com Aryna Sabalenka (2.ª) e Alina Korneeva (179.ª), campeã júnior aqui em 2023, foi afastada por Beatriz Haddad Maia (12.ª), pelos parciais de 6-1, 6-2.

Outra jovem a revelar-se é Maria Timofeeva. A russa de 21 anos passou o qualifying para estrear-se num major, onde já contabiliza duas vitórias sobre adversárias bem mais experientes: Alizé Cornet e, agora, Caroline Wozniacki. A antiga número um e campeã do Open em 2018 – dois anos antes de retirar-se e ser mãe por duas vezes – dominou totalmente até ao 6-1, 2-0, mas depois de anular um break-point, Timofeeva superiorizou-se à dinamarquesa, para vencer, por 1-6, 6-4 e 6-1.

Grande amiga de Timofeeva e da mesma idade, Elina Avanesyan (74.ª) obteve a primeira vitória sobre uma top 10 ao derrotar, com um duplo 6-4, a grega Maria Sakkari (8.ª), que, pelo oitavo major consecutivo, volta a não chegar à segunda semana de prova. Afastadas foram também Caroline Garcia (cabeça de série n.º 16), Elise Mertens (n.º 25) e Leylah Fernandez (n.º 32).

A mais cotada das teenagers é a norte-americana Coco Gauff. A número quatro mundial viu Carolina Dolehide (43.ª) servir a 6-5, mas, ao contrário da compatriota, não acusou o momento e acabou por impor-se, por 7-6 (7/2), 6-2. Vinda do triunfo no US Open, Gauff é a primeira teenager americana a ganhar nove encontros consecutivos em majors depois das compatriotas Chris Evert, Tracy Austin, Monica Seles e Serena Williams.

Novak Djokovic esteve por quatro vezes a um ponto de ver Alexei Popyrin (43.ª) liderar por 2-1 em sets, mas recuperou de 5-6 (0-40) para vencer, por 6-3, 4-6, 7-6 (7/4) e 6-2. “Ele teve uma ‘direita’ fácil e falhou, eu não fiz nada de especial. Tive sorte nesse ponto porque nos segundo e terceiros sets, ele foi o melhor. No tie-break, as coisas mudaram”, resumiu o líder do ranking, após somar a 30.ª vitória consecutiva no Open da Austrália.

Jannik Sinner, Andrey Rublev, Stefanos Tsitsipas, finalista em 2023, e Alex de Minaur avançaram igualmente para a terceira ronda.

Nuno Borges regressa à acção na madrugada desta quinta-feira para defrontar o espanhol Alejandro Davidovich Fokina (23.º). O encontro da segunda eliminatória está agendado para o court 3, a seguir ao embate entre Jiri Lehecka e Alex Michelsen, pelo que deverá começar cerca das 2h00 de Portugal. Também Francisco Cabral deverá estrear-se na prova de pares, ao lado do britânico Henry Patten, depois do encontro desta quarta-feira ter sido adiado devido à chuva.

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