Trabalhadores do JN e O Jogo marcam plenário para debater suspensão dos contratos
Parte dos trabalhadores do Global Media Group continua sem receber. Funcionários do JN e O Jogo convocam plenário para debater suspensão dos contratos de trabalho.
Os trabalhadores do Jornal de Notícias (JN) e d'O Jogo, dois dos títulos do Global Media Group (GMG), convocaram um plenário para a próxima quinta-feira, 18 de Janeiro, pelas 15h, para debater a suspensão dos contratos de trabalho, na sequência das falhas no pagamento de salários e subsídios de Natal.
José Paulo Fafe, presidente da comissão executiva do GMG, disse na Assembleia da República, na semana passada, que a empresa tentaria pagar os salários em atraso "entre segunda e terça-feira", com recurso a uma transferência que esperava receber até ao início desta semana.
Mas o prazo voltou a ser incumprido pela entidade patronal e os trabalhadores da Global Notícias, uma das sociedades do grupo, continuam sem receber. A situação afecta trabalhadores tanto do JN e d'O Jogo, como do Diário de Notícias e do Dinheiro Vivo, que discutirão em plenário um pré-aviso para a suspensão do contrato.
Em declarações ao PÚBLICO, Rita Salcedas, delegada sindical do JN, confirmou a marcação de um plenário para quinta-feira. A reunião surge na sequência de uma falta de resposta formal sobre a data expectável para o pagamento dos salários e subsídios em atraso, apesar da indicação dada no Parlamento na semana passada sobre uma expectativa de pagar os ordenados até esta terça-feira.
Os trabalhadores do GMG fizeram greve e marcaram protestos a 10 de Janeiro, dia em que as redacções do grupo estiveram paralisadas — a TSF não emitiu noticiários e, no dia seguinte, o DN e o JN não foram para as bancas — e vários jornalistas do país fizeram greve de uma hora. Os funcionários continuam sem resposta sobre os salários e subsídios em atraso.
Entretanto, também a Federação Internacional e Europeia dos Jornalistas expressou a sua solidariedade para com os trabalhadores do GMG. Numa nota publicada esta terça-feira, a organização uniu-se ao Sindicato dos Jornalistas e apelou " à transparência e ao respeito pelos direitos laborais".
Maja Sever, presidente da federação, expressou apoio às reivindicações dos trabalhadores "no que se refere a direitos básicos, como o pagamento atempado, o cumprimento das leis e dos acordos colectivos, bem como a segurança do emprego". "Os nossos colegas não devem ver as suas condições de trabalho alteradas de forma tão radical em resultado de uma mudança na direcção. Exortamos o grupo a fazer da informação de qualidade uma prioridade para os jornais de que é proprietário", diz a nota.