Universidade Nova quer juntar alunos deslocados e pessoas que vivem sozinhas (a preços acessíveis)

Projecto quer ser uma alternativa de alojamento. A ideia é que não sejam ultrapassados os valores máximos determinados pelo Programa de Arrendamento Acessível.

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No caso de Lisboa, por exemplo, a renda corresponderia, no máximo, a 330 euros mensais Manuel Roberto
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A Universidade Nova de Lisboa está a preparar um projecto para dar resposta ao problema do alojamento estudantil, ao juntar pessoas que vivem sozinhas e têm quartos disponíveis a alunos à procura de casa a preços acessíveis.

O projecto "Quartos Acessíveis" vai ser apresentado esta terça-feira, numa conferência dedicada à nova estratégia da universidade, uma "visão para as principais questões do território de uma forma mais integrada e transversal" que vai passar a guiar uma série de iniciativas, incluindo no que respeita ao alojamento estudantil, explicou à Lusa o pró-reitor para a Inovação Socio-territorial.

A ideia do projecto, que deverá ser lançado a partir do próximo ano lectivo, é dar aos alunos deslocados, que representam quase metade do universo estudantil da Nova, uma alternativa acessível de alojamento, além das residências universitárias.

Numa parceria com as autarquias de Lisboa, Cascais, Oeiras e Almada, e a Santa Casa da Misericórdia, um dos caminhos que a iniciativa pretende promover é junto de pessoas que vivem sozinhas e, tendo quartos disponíveis, estejam dispostas a partilhar a casa com estudantes.

"Por toda a metrópole há centenas de milhares de pessoas a viver sós, não apenas seniores, com quartos vazios, mas que não sentem segurança para colocar os quartos no mercado livre", referiu João Seixas, acrescentando que o objectivo é "atrair esses quartos a um preço acessível".

Os arrendatários poderão também disponibilizar casas desocupadas e, em qualquer caso, o valor da renda será negociado entre os estudantes e o proprietário com base nos valores máximos por concelho determinados pelo Programa de Arrendamento Acessível, em que os contratos de arrendamento podem ou não ser inseridos.

No caso de Lisboa, por exemplo, a renda corresponderia, no máximo, a 330 euros mensais, abaixo do custo de um quarto na capital que, de acordo com o Observatório do Alojamento Estudantil, ronda actualmente os 460 euros.

Um dos papéis da Nova será criar e gerir as plataformas digitais — um site e uma aplicação — do "Quartos Acessíveis", enquanto as autarquias e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa darão apoio na angariação de alojamentos.

Segundo João Seixas, o programa será tendencialmente universal, dando prioridade aos alunos mais carenciados.

"A construção dos pilares fundamentais para este projecto funcionar tem o seu tempo", afirmou o pró-reitor, explicando que há vários pormenores que ainda estão ultimados, mas o ideal é que o projecto, em construção permanente, esteja pronto para arrancar em Setembro.

"Vai ser paulatino, provavelmente lento no primeiro ano, mas acreditamos que, a pouco e pouco, pode tornar-se estruturante e um dia chegar, por exemplo, também a profissionais deslocados", acrescentou.

Actualmente, a Nova dispõe de cerca 460 camas em residências universitárias.

Na conferência "Sociedade e Território", em que estará presente a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, a universidade vai apresentar também um mapeamento geral das actividades da Nova e a forma como problemas prioritários da sociedade vão ser tratados de forma integrada entre todas as faculdades.

Além do alojamento estudantil, o pró-reitor destacou a mobilidade, a alimentação, as desigualdades sociais e geracionais e a qualidade de vida nos campi e na envolvente urbana.