Obras no Metro do Porto não vão fechar túnel do Campo Alegre

Município já tinha ameaçado não permitir abertura de mais frentes de obra para mitigar impacto na cidade e a Metro já tinha manifestado disponibilidade para ajustar projecto da linha Rubi.

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Empreitada da Linha Rubi vai levar à construção de uma nova ponte sobre o rio Douro. direitos reservados
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A pressão da Câmara do Porto surtiu efeitos e a Metro do Porto aceitou alterar os planos de construção da linha Rubi na cidade, de modo a evitar o encerramento do túnel do Campo Alegre. Essa solução, no entanto, significa ter menos uma saída na estação, do lado da Faculdade de Letras, como o presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, Tiago Braga havia dito há dias, na cerimónia de consignação da empreitada da nova linha que vai ligar a Casa da Música, no Porto, a Santo Ovídio, em Gaia.

A garantia de que o túnel do Campo Alegre se manterá aberto foi dada por Tiago Braga na reunião de câmara privada desta segunda-feira e dada a conhecer aos jornalistas pelo vice-presidente da autarquia, Filipe Araújo. “O túnel do Campo Alegre permanecerá aberto durante toda a obra”, congratulou-se, acrescentando que “foram propostas [pelo município alterações em termos de entradas para as estações que possibilitam que não se tenha de interromper o túnel”.

Em termos práticos, a estação do Campo Alegre deverá ter menos um acesso que, segundo Tiago Braga explicou há dias, terá uma alternativa a cerca de 80 metros. Esse ponto ficaria na Via Panorâmica, junto ao muro da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDRN), mas foi riscado do projecto.

Perante a insistência da autarquia em não encerrar temporariamente o túnel rodoviário para construir o acesso ao sistema de transporte público, cai o acesso junto à CCDRN e quem quiser chegar à estação terá outras duas entradas: uma a Norte, junto à Rua do Campo Alegre, outra a Sul, perto da Faculdade de Letras.

Quem vá pela Rua do Campo Alegre, no sentido Praça da Galiza – zona universitária, terá de atravessar a passadeira num cruzamento movimentado ou descer mais algumas dezenas de metros para entrar na estação junto a Letras. Não é a primeira vez que a autarquia condiciona o projecto da linha Rubi por causa do papel do automóvel na cidade. A câmara do Porto já tinha pedido à Metro para instalar um parque de estacionamento de "grande dimensão" no Campo Alegre. E assim será.

O estaleiro principal da obra ficará instalado num terreno actualmente usado como parque de estacionamento, ao lado da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, debaixo do qual nascerá o tal parque a pedido e um jardim. A mudança na estratégia, garantiu o vice-presidente, não influenciará a duração da empreitada.

A insistência do município no não-encerramento do túnel do Campo Alegre prende-se com a mobilidade da cidade, apontou Filipe Araújo. "O túnel do Campo Alegre é uma infra-estrutura absolutamente crítica na cidade do Porto que, quando sujeita a alguma limitação, entope a cidade toda e nós já temos problemas que cheguem com a VCI.”

A nova solução dá resposta à população, que se tem mostrado “extremamente preocupada”, e minimiza o impacto, já “exagerado”, das várias frentes de obra da Metro do Porto na cidade: linha Rosa, metrobus da Boavista e, agora, a linha Rubi.

Na Rua do Ouro, onde o posto de combustível já está a ser desmantelado e onde será instalado um dos pilares da nova ponte sobre o Douro, está ainda em debate a solução para evitar a interrupção da linha do eléctrico. “Na própria construção do suporte à estrutura que permitirá a betonagem da ponte haverá uma aproximação entre a catenária e essa mesma estrutura. Estão a estudar formas de ela ser desviada.”

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