Vulcão em erupção na Islândia: lava já destruiu habitações

Actividade sísmica na Islândia tem aumentado nos últimos meses, deixando as autoridades em alerta. “Não há vidas em perigo”, garante Presidente do país.

abre-conteudo,mundo,islandia,vulcoes,sismos,geologia,
Fotogaleria
Lava chegou à cidade de Grindavik Árna Sæberg
abre-conteudo,mundo,islandia,vulcoes,sismos,geologia,
Fotogaleria
Pelas 15h30 deste domingo a lava já tinha entrado na cidade e consumido várias casas Reuters/Protecção Civil da Islândia
abre-conteudo,mundo,islandia,vulcoes,sismos,geologia,
Fotogaleria
Vulcão entrou em erupção na madrugada deste domingo Reuters/Protecção Civil da Islândia
Ouça este artigo
00:00
03:06

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Um vulcão entrou em erupção no Sudoeste da Islândia, neste domingo, representando uma ameaça imediata para uma pequena cidade piscatória próxima, Grindavik, apesar de ter sido evacuada mais cedo e de não haver pessoas em perigo, garantem as autoridades locais.

As imagens de vídeo registadas ao início da manhã no local mostram fontes de rocha derretida a jorrar de fissuras no solo, com o fluxo de lava cor de laranja brilhante a contrastar com o céu cada vez mais escuro com o passar das horas. "Não há vidas em perigo, embora as infra-estruturas possam estar ameaçadas", declarou o Presidente da Islândia, Gudni Johannesson, na rede social X, acrescentando que não houve interrupções nos voos.

Entretanto, ao longo desta tarde, a lava terá penetrado as barreiras de terra e rocha construídas nas últimas semanas para tentar impedir que, em caso de erupção, chegasse a Grindavik, cerca de 40 quilómetros a sudoeste da capital, Reiquiavique. Pelas 15h30, a lava já tinha entrado na cidade e consumia várias casas, de acordo com meios de comunicação locais.

"As ocorrências deste domingo vão ser lembradas por muito tempo e é provável que só estejamos a assistir ao princípio de uma série de eventos com que será difícil lidar", afirmou o director da Protecção Civil da Islândia, Vídir Reynisson, depois de uma reunião com especialistas do Gabinete Meteorológico Islandês (IMO) e com a primeira-ministra Katrín Jakobsdóttir.

"Já se registam danos consideráveis nas infra-estruturas. Não há água quente nem electricidade em Grindavik. Três casas foram cobertas por lava desde que uma [segunda] fissura se abriu nos arredores da cidade esta tarde", declarou Reynisson, considerando este evento "o mais grave em termos de erupções vulcânicas na Islândia desde 1973", quando a erupção do Eldfell arrasou a ilha de Heimaey.​

Pelas 18h30 a situação parecia ter estabilizado, mas o IMO não excluía a possibilidade de abertura de mais fissuras nas horas seguintes. Os acessos a Grindavik ficarão cortados até estar garantida a segurança na cidade.

A erupção começou na madrugada de domingo a norte da cidade de Grindavik, que no dia anterior tinha sido evacuada pela segunda vez num mês devido ao receio de que estivesse iminente uma erupção no meio de uma vaga de actividade sísmica naquela região.

O Presidente da Islândia prestou declarações ao país às 20h, sem novidades, mas com uma mensagem de esperança para a população, que tem enfrentado desastres naturais "geração após geração": "Não vamos desistir."

Actividade vulcânica

Foi a segunda erupção vulcânica na península de Reiquiavique, no Sudoeste da Islândia, em menos de um mês e a quinta erupção desde 2021. No mês passado, uma erupção começou no sistema vulcânico Svartsengi a 8 de Dezembro, após a retirada completa dos 4000 residentes de Grindavik e o fecho do spa geotérmico Blue Lagoon, um ponto turístico popular naquela região.

Segundo as autoridades locais, mais de cem residentes de Grindavik tinham regressado nas últimas semanas, antes da nova ordem de evacuação de sábado. Situada entre as placas tectónicas euro-asiática e norte-americana, duas das maiores do planeta, a Islândia é um ponto quente sísmico e vulcânico, uma vez que as duas placas se movem em direcções opostas.

Em 2010, as nuvens de cinzas resultantes das erupções do vulcão Eyafjallajokull, no Sul da Islândia, espalharam-se por grande parte da Europa, paralisando cerca de cem mil voos e obrigando centenas de islandeses a evacuar as suas casas.