As adolescentes Fruhvirtova e Korneeva já chegaram
Aos 16 anos, a checa e a russa ganharam pela primeira vez num Grand Slam. Djokovic iniciou Open da Austrália com triunfo apertado.
Contrastando com as vésperas do Open da Austrália, onde as atenções estiveram centradas nas melhores jogadoras do mundo e nas antigas campeãs, agora regressadas na condição de mães, foram as teenagers a ser notícia no primeiro dia da prova. Brenda Fruhvirtova e Alina Korneeva, ambas de 16 anos, ganharam pela primeira vez um encontro num torneio do Grand Slam, depois de terem vindo do qualifying, onde passaram a um ponto da eliminação.
Fruhvirtova (116.ª) salvou um match-point na segunda ronda do qualifying, antes de vencer (1-6, 6-3 e 7-5) a australiana Talia Gibson. Neste domingo, ao afastar a romena Ana Bogdan (66.ª), por 2-6, 6-4 e 6-3, a jogadora nascida há 16 anos e 287 dias em Praga tornou-se na mais jovem a ganhar um encontro num quadro principal do Open da Austrália desde 2020 - quando Gauff derrotou Osaka.
“O que fez a diferença é que lutei até ao fim e não estava a ser fácil porque tenho tido problemas com o pulso, mas disse a mim própria que só há quatro Grand Slams por ano e, no segundo set, entrei mais no ritmo”, afirmou Brenda Fruhvirtova, que deixou a Academia de Patrick Mouratoglou para trabalhar com Nicolas Massu, treinador de Dominic Thiem.
Não muito longe do court 17, Alina Korneeva (180.ª) eliminou a espanhola Sara Sorribes Tormo (53.ª), por 4-6, 6-3 e 6-2. Dois meses mais velha que Fruhvirtova, a tenista russa está baseada em Maiorca, na Academia de Rafael Nadal, seu ídolo de infância. Em 2023, Korneeva tornou-se na primeira tenista desde 2013 a conquistar dois títulos juniores do Grand Slam no mesmo ano, Austrália e Roland Garros. Ao mesmo tempo, subiu mais de 600 lugares no ranking mundial, graças a dois títulos no ITF Tour.
Neste domingo, Korneeva teve de se adaptar ao court 6 situado junto de uma zona de lazer, com muita música como som ambiente. “Quando o encontro começou, o som estava um pouco alto, mas também estava contente pelos fãs, porque o público aqui, na Austrália tem muita energia e penso que isso me ajudou”, afirmou a russa, que poderá vir a defrontar a irmã de Brenda, Linda Fruhvirtova, de 18 anos e 85.ª mundial. “
Já Brenda Fruhvirtova terá como adversária a número dois do ranking e detentora do título, Aryna Sabalenka. Talvez por ter entrado na Rod Laver Arena às 23h30, a bielorrussa não perdeu tempo e, em 53 minutos, afastou a qualifier alemã de 18 anos Ella Seidel (172.ª), por 6-0, 6-1.
O atraso do início do encontro foi culpa de Novak Djokovic, que necessitou de quatro horas para superar o croata de 18 anos Dino Prizmic (178.º), igualmente vindo do qualifying. “Ele merece todos os aplausos. É um jogador espantoso, muito maduro para a idade, comportou-se incrivelmente bem. É dele o momento e podia também ser dele o encontro”, elogiou Djokovic, depois do mais longo encontro que disputou numa primeira ronda de um major, ganho pelos parciais de 6-2, 6-7 (5/7), 6-3 e 6-4.
Prizmic reagiu bem à perda do set inicial, igualou ao impor-se no tie-break do segundo e, na terceira partida, quebrou o serviço de Djokovic por duas vezes para passar de 0-2 para 3-2. E no quarto set, o croata não deixou de lutar quando se viu a 0-4, mas o líder do ranking reconheceu que podia ter jogado melhor.