FC Porto manda no Dragão e trava agigantamento do Sp. Braga

Triunfo portista assentou em dois lances de bola parada e deixou minhotos a 10 pontos do líder.

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Evanilson chegou aos 50 golos no FC Porto EPA/MANUEL FERNANDO ARAÚJO
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O FC Porto respeitou a tradição dos confrontos com o Sp. Braga e voltou a impor-se no Estádio do Dragão, onde venceu neste domingo, por 2-0, em partida da 17.ª jornada, que impediu o agigantamento dos minhotos e repôs a diferença para o líder em cinco pontos, quando está cumprida metade do campeonato.

Cientes de que um deslize de qualquer uma das equipas cavaria um fosso importante para o primeiro lugar, FC Porto e Sp. Braga (que agora fica a 10 pontos do Sporting) procuraram minimizar os riscos com dois sistemas muito semelhantes, um 4x2x3x1 maleável que assumia diferentes facetas em função do que o jogo pedia.

Mas as dinâmicas portistas e os sucessivos erros dos centrocampistas da formação minhota enfatizaram o diferente estado de espírito dos “dragões”, vindos de um triunfo robusto nos oitavos-de-final da Taça de Portugal, frente ao Estoril, por oposição à eliminação dos bracarenses na Luz.

Ainda assim, o FC Porto não soube aproveitar as perdas de bola do adversário para criar verdadeiras ocasiões de perigo, o que não o impediu de criar um momento de controlo absoluto perante um adversário que, sem encontrar linhas para activar a velocidade de Álvaro Djaló na esquerda, procurava juntar-se e formar dois blocos capazes de bloquear os "flanqueadores" de Sérgio Conceição.

Não admirou, por isso, que o golo do FC Porto tivesse surgido na sequência de um livre indirecto, cobrado por Francisco Conceição e concluído por Fábio Cardoso, de cabeça (12’).

Estava desfeita a igualdade, com o Sp. Braga a não conseguir evitar mais um jogo — o 16.º em 17 — a ir buscar a bola ao fundo da baliza pelo menos uma vez. Faltava justificar o estatuto de equipa mais concretizadora da Liga à entrada desta última ronda da primeira volta, o que nem Álvaro Djaló nem Ricardo Horta conseguiram até ao descanso. O espanhol ao atirar uma bola que saiu pela linha lateral e Horta ao ver Diogo Costa desviar a emenda, na pequena área.

Nessa altura, o Sp. Braga mostrava a firme intenção de ultrapassar os bloqueios e comparecer na área portista com acuidade, em alfinetadas que retirassem a confiança construída pelo adversário durante a primeira meia hora.

O FC Porto, que não fez alterações em relação ao jogo da Taça de Portugal, explorava bem os corredores, especialmente o de Francisco Conceição, e tentava criar espaços com uma estratégia habitualmente assente na mobilidade de Taremi. Sem o iraniano, ausente para competir na Taça Asiática, coube ao homem do momento no ataque dos “azuis e brancos” colocar o Sp. Braga na dúvida, sem uma referência fixa e com Evanilson a surgir frequentemente em terrenos mais recuados, até em apoio defensivo, potenciando as incursões dos extremos e de Pepê, um médio solidário com autorização para explorar todas as dimensões do ataque.

De resto, tirando o golo e a ocasião de Ricardo Horta, coube precisamente a Pepê a oportunidade para ampliar, num remate desviado pelo braço de Paulo Oliveira, na área, que o VAR analisou e descartou.

O FC Porto ia para o intervalo com uma vantagem curta, mas suficiente para justificar o ascendente, que em termos estatísticos dava aos portistas o dobro de remates.

A segunda parte oferecia ao Sp. Braga a oportunidade para provar a condição de outsider na discussão do título, mas um erro de Borja, numa tentativa de escapar à pressão de Francisco Conceição, deitou tudo a perder. O lateral adiantou a bola e Evanilson surgiu oportuníssimo a romper para a área, onde foi travado em falta por Matheus. Na conversão do penálti confirmado pelo VAR, Evanilson deixou o registo de 50 golos ao serviço do FC Porto, ampliando a vantagem para um 2-0 que dava outro conforto à equipa da casa, depois do deslize no Bessa.

Ao Sp. Braga não restavam muitas alternativas: atacar com coragem sem comprometer os equilíbrios defensivos. Uma missão ingrata frente a um FC Porto que não escondia a preferência por um jogo menos espartilhado, com espaços vitais para as ambições dos extremos, que foram apurando o instinto até surgir o momento ideal para encerrar a discussão na noite do Dragão, que nem precisou de mais golos.

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