Quando corre bem, fazer compras online pode ser mais rápido do que ir às lojas, mas se correr mal torna-se uma dor de cabeça. A peça que chega afinal não serve, não fica bem ou era não era exactamente como pensávamos e segue-se uma viagem até aos correios para a devolver.

O tempo perdido é tudo menos divertido, mas a empresa de serviços de correio La Poste, em França, encontrou uma solução: instalou provadores em algumas lojas de correios que tem em Paris para que as pessoas possam experimentar a encomenda que chegou e devolverem-na em segundos.

Por enquanto é apenas um teste, mas segundo o Le Monde não está a agradar aos pequenos retalhistas. De acordo com a Associação Francesa de Retalhistas, os negociantes receiam que possa afectar as vendas físicas se todos os correios passarem a ter provadores.

A empresa, por outro lado, explica que a ideia surgiu depois de repararem que muitos clientes devolviam as encomendas de roupa e calçado pouco tempo depois de as terem ido buscar e acrescenta que o único objectivo é “simplificar a vida” de quem faz compras online.

Os provadores são amarelos e parecem-se com uma caixa de correio em tamanho real. No interior, há uma cadeira, um espelho e uma prateleira para que os clientes possam entregar a peça sem terem que esperar na fila.

A empresa espera que a novidade aumente o número de encomendas que os correios entregam e, até agora, os clientes estão a gostar da facilidade do serviço.

“Isto ajuda as pessoas a evitar viagens inúteis de ida e volta e a economizar tempo,” destacou Michele Limouzy ao mesmo jornal, acrescentando, contudo, que continua a preferir fazer compras nas lojas físicas.

Apesar de devolvidas, nem todas as peças compradas online são colocadas novamente à venda e muitas são até incineradas. Segundo um relatório da empresa Optoro, nos Estados Unidos, cerca de quatro mil milhões de quilos de roupa devolvidos foram parar a aterros em 2021.

Em resposta ao P3, os CTT informam que também tiveram provadores nas lojas do Palácio dos Correios, no Porto, e Lamaçães, em Braga, mas foram mais tarde retirados por serem pouco utilizados.

*O artigo foi actualizado para incluir a resposta dos CTT