Lisboa tem espaço para as pessoas sem-abrigo com animais durante a vaga de frio

As pessoas com ou sem animais podem pernoitar até domingo no Pavilhão do Casal Vistoso. Na sede da Animalife, no Saldanha, há uma equipa de técnicos sociais e veterinários.

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As pessoas em situação sem abrigo com ou sem animais de companhia vão pernoitar no Pavilhão do Casal Vistoso Animalife
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Até domingo, dia 14 de Janeiro, o Pavilhão do Casal Vistoso, no Areeiro, vai funcionar como um abrigo para pessoas em situação de sem-abrigo e animais. A iniciativa começou às 18h de terça-feira e faz parte do plano municipal de contingência para a vaga de frio, criada todos os anos pela autarquia da cidade, e que conta com a colaboração da associação de protecção animal Animalife.

No comunicado enviado ao P3, a Animalife explica que as pessoas podem pernoitar com cães e gatos no Pavilhão do Casal Vistoso, com entradas e saídas entre as 18h e as 9h. Todos estão convidados a ficar a semana inteira, desde que respeitem o horário de funcionamento.

As pessoas que se dirigirem à sede da associação, no Saldanha, receberão dois tipos de apoio: por parte de técnicos de apoio social e, para os animais, por parte de uma equipa de veterinários, que estarão no local até sexta-feira, dia 12 de Janeiro. Os animais serão vacinados, desparasitados, colocarão microchip e irão recolher sangue para detectar possíveis doenças infecciosas.

Em declarações ao P3, o presidente da Animalife, Rodrigo Livreiro, explicou que este atendimento é feito por marcação entre as 10h e as 18h e que, até ao momento, foram recebidos dez animais nas instalações da associação, entre os quais um gato. De seguida, os donos e os animais são encaminhados para o Pavilhão do Casal Vistoso.

“Aqueles que se dirigirem directamente ao pavilhão serão atendidos pela nossa equipa e sinalizados para a deslocação à nossa sede no dia seguinte”, lê-se no documento. O espaço está equipado com dezenas de camas e boxes comuns para animais. A iniciativa conta com a participação da Animalife desde 2018.

A alimentação também está garantida, assim como cuidados veterinários e doação de bens de primeira necessidade para os animais, como coleiras, trelas, açaimes para os cães de raças potencialmente perigosas, mantas e demais acessórios. Para as pessoas em situação de sem abrigo (com ou sem animais de companhia), há roupa e cuidados de saúde.

“Aquilo que a Animalife permite e que é importante é o facto de as pessoas que têm animais também poderem entrar. Se não participássemos nesta resposta, ficariam na rua com os seus cães e gatos porque não os podem deixar para trás”, defende Rodrigo Livreiro.

Entre a equipa de veterinários na sede da Animalife estão estudantes das Universidades de Medicina Veterinária de Lisboa e da Lusófona, a equipa da Casa dos Animais de Lisboa, o Banco de Sangue Animal e a associação Veterinários sem Fronteira.

O registo e o microchip dos animais, que é obrigatório desde o ano passado, servirá para avaliar quantos animais de companhia pertencem a pessoas em situação de sem abrigo em Lisboa.

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