O mapa das temperaturas daquele que foi o segundo ano mais quente da Europa
O ano de 2023 foi o mais quente a nível global desde que há registo e o segundo mais quente na Europa. “Da última vez que tivemos temperaturas assim, ainda não havia cidades, estradas, quintas.”
Foi na terça-feira que se tornou oficial que 2023 foi mesmo o ano mais quente desde que há registos: a temperatura média global no ano passado esteve 1,49 graus acima do que era antes da Revolução Industrial, segundo os dados revelados pelo serviço de observação da Terra da União Europeia, Copérnico.
As imagens divulgadas esta quarta-feira pelo mesmo organismo mostram um mapa da Europa sarapintado com as anomalias de temperatura do ar à superfície na Europa, durante o ano de 2023, comparando com os valores de referência de 1991 a 2020. “Estas visualizações mostram grandes variações nas temperaturas por toda a Europa durante a Primavera e o Verão de 2023”, lê-se na interpretação do Copérnico que acompanha as imagens. Apesar de 2023 ter sido o ano mais quente a nível global, a nível europeu foi apenas o segundo ano mais quente desde que há registos.
“A Primavera foi mais quente, comparando com os dois anos anteriores. Nesta estação, a Península Ibérica e o Nordeste da Europa tiveram temperaturas notoriamente mais elevadas e tempo mais seco, enquanto o noroeste e sudeste da Europa tiveram temperaturas próximas da média e precipitação acima da média”, lê-se.
Além disso, o mês de Maio foi o único mês de 2023 em que as condições do tempo estiveram “ligeiramente mais frescas” do que a média, refere ainda o Copérnico.
São mais algumas peças do puzzle que se juntam aos recordes climáticos que foram batidos em 2023. No ano passado, a média global da temperatura em todo o planeta foi de 14,98 graus Celsius, ultrapassando em 0,17 graus o ano de 2016, que era até agora o mais quente de sempre.
“O ano de 2023 foi excepcional, com recordes climáticos a tombar como dominós. As temperaturas em 2023 provavelmente excederam as de qualquer outro período nos últimos 100 mil anos”, comentou Samantha Burgess, vice-directora do Serviço de Alterações Climáticas do Copérnico (C3S).
“Isto quer dizer que, da última vez que tivemos temperaturas assim na Terra, ainda não havia cidades, estradas, quintas. A nossa experiência passada não serve para compreender o que se vai passar”, completou Carlo Buontempo, director do C3S, numa conferência de imprensa online na terça-feira.