PSD quer melhorar condições laborais da PSP. Carneiro critica instrumentalização do protesto

PSD considera que “há margem” para fazer mais pelos polícia, ao nível da valorização da carreira. Ministro diz que processo de valorização das condições salariais e remuneratórias é para continuar.

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Protesto da PSP em frente ao Parlamento teve início na tarde da passada segunda-feira Paulo Pimenta
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No segundo dia de protesto da PSP por melhores condições salariais e laborais, o presidente do PSD quis sinalizar o seu apoio às forças de segurança. Para Luís Montenegro é "preciso dar dignidade à função de autoridade" da polícia e assegurar "condições dignas de trabalho". José Luís Carneiro também está "do lado dos polícias", garante, mas critica a "tentativa de instrumentalização" do protesto que decorre em frente ao Parlamento por parte de algumas forças políticas.

“É preciso dar dignidade à função de autoridade que a polícia tem. E é preciso garantir condições dignas de trabalho”, defendeu esta terça-feira Luís Montenegro. Em declarações aos jornalistas a partir dos Açores, no âmbito da iniciativa Sentir Portugal, o líder dos sociais-democratas criticou ainda o Governo de António Costa pelo desinvestimento nas forças de segurança.

“Isto é o resultado de oito anos de políticas públicas em que houve grande desinvestimento na administração pública e em muitas das condições [de trabalho] dos portadores de serviço (como é o caso dos polícias)”, apontou. O protesto da PSP em frente ao Parlamento, em defesa de melhores condições salariais e de trabalho, teve início ao fim da tarde de segunda-feira e ainda terminou.

Em defesa das forças de segurança, Montenegro considerou ainda necessária a existência de “uma dotação que se possa conciliar com o que é a respeitabilidade que o exercício da autoridade pública encerra”. O respeito pela profissão, diz, faz-se melhorando as condições remuneratórias, de carreira e do próprio exercício da função.

Até porque o facto de existirem “ainda grandes lacunas” nas condições de trabalho leva ao aumento das “dificuldades de recrutamento e chamamento para o exercício da função”, alertou o social-democrata.

“A nossa expectativa e empenho é, num futuro próximo, tornarmos a ter uma valorização das suas carreiras e condições. E todas as condições logísticas, como a frota automóvel e equipamento, são necessários para termos uma autoridade pública que garanta a segurança de pessoas e bens”, concluiu Montenegro.

Governo quer "continuar a melhorar condições remuneratórias"

O ministro da Administração Interna também falou sobre a PSP e notou que "temos um processo em curso de valorização das condições salariais e remuneratórias por via dos suplementos. Esse esforço é para continuar. Tenho estado sempre do lado dos polícias".

Em declarações aos jornalistas após visitar uma obra de reabilitação de habitações da PSP, José Luís Carneiro garantiu haver "vontade de continuar a melhorar as condições remuneratórias dos agentes e elementos das forças de segurança".

No entanto, questionado sobre a possibilidade de atribuir à PSP e GNR um suplemento semelhante ao da Polícia Judiciária — que agravou o descontentamento das forças de segurança —​ Carneiro fugiu sempre à questão.

Sobre o protesto que teve início na passada segunda-feira, o responsável pela Administração Interna lamentou a "tentativa de instrumentalização por parte de algumas forças que têm expressão política".

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