Estas tampas mudam de cor quando os alimentos se estragam

Kimia Amir-Moazami desenvolveu um sistema de tampas inteligentes que indicam se os alimentos são seguros para consumo. “Não se trata apenas de comida, mas também de dinheiro desperdiçado”, entende.

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Kimia Amir-Moazami desenvolveu um sistema de tampas inteligentes que indicam se os alimentos são seguros para consumo. Kimia Amir-Moazami/Vorkoster

Com o objectivo de ajudar a combater o desperdício alimentar, a designer berlinense Kimia Amir-Moazami desenvolveu o Vorkoster, um sistema de tampas inteligentes que, ao utilizarem uma película sensível ao pH, avaliam a segurança para o consumo de um determinado produto alimentar.

Premiada na edição de 2023 da Dutch Design Week, no âmbito do Secrid Talent Podium, o Vorkoster visa informar os consumidores com indicações exactas sobre a frescura dos alimentos, surgindo como uma substituição das datas de validade genéricas.

Em declarações aos organizadores do evento neerlandês, a designer explicou as motivações por detrás da sua invenção. "Queria criar algo que pudesse ajudar as pessoas a poupar alimentos, quer por razões de sustentabilidade, quer por razões financeiras", entende Kimia Amir Moazami, que aponta para o desperdício alimentar nas casas: "Não se trata apenas de comida, mas também de dinheiro desperdiçado", conclui.

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Vorkoster

A tampa pode ser utilizada com todos os alimentos que contenham proteínas, tal como a carne e o peixe. Como é flexível, a sua utilização não se limita a um único tipo de recipiente, explica Amir-Moazami.

Feita com algas revestidas com um corante, a película reage ao gás de amoníaco libertado pelos alimentos no decorrer do seu processo de expiração, indicando a sua validade ao consumidor ao mudar de uma cor verde pálida para um púrpura brilhante.

O Vorkoster começou a ser desenvolvido em 2021, com a produção do primeiro protótipo funcional, enquanto projecto final da licenciatura em design na Universidade de Artes de Berlim, na Alemanha.

O projecto contou ainda com o contributo da cientista química Sany Chea, com a qual Kimia participou numa série de de programas de empreendedorismo e de bolsas de estudo com vista a desenvolver este produto.

A designer berlinense aponta para a análise da qualidade dos alimentos como o principal desafio do Vorkoster: "Trata-se de um tema sensível, pelo que a tecnologia tem de ser desenvolvida de forma a ser verdadeiramente acessível ao consumidor, segura e clara", contou à revista dedicada ao design Dezeen.

"Antes de podermos ir para o mercado, tem de funcionar sem falhas", refere-se ao seu produto, que acredita que irá chegar às prateleiras das superfícies comerciais ainda nos próximos dois anos.

Texto editado por Renata Monteiro

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