Um navio que carregava contentores com pellets de plástico terá perdido parte da sua carga ao largo da costa portuguesa, junto a Viana do Castelo. O granulado minúsculo, que é a matéria-prima para se produzir objectos de plástico, já chegou a Espanha e poluiu várias praias da costa da Galiza.
Segundo o jornal regional Nós Diario, o navio terá perdido parte da sua carga nas águas junto a Viana do Castelo, em Dezembro, e os pellets foram detectados pela primeira vez na Galiza no dia 13, numa praia de Ribeira. Nesta sexta-feira, o problema persiste e os granulados não "param de chegar".
Mas só nesta sexta-feira é que a Xunta de Galicia decidiu activar o plano anticontaminação e mobilizar uma empresa para iniciar a limpeza das praias, um atraso que é criticado pelos ambientalistas ouvidos pelo jornal, visto que, além da poluição directa nas praias e no mar, os pellets, tal como o plástico em geral, têm potencial para entrar na cadeia alimentar.
A chegada destes microplásticos, soltos ou em sacos, já ocorreu nas praias do município de Ribeira, Porto do Son, Muros, Outes, Noia, Carnota, Muxía e até na Corunha.
O jornal El Español diz ainda que vários sacos com o nome Bedeko Europe, uma empresa polaca que produz materiais plásticos, foram encontrados nas praias da costa espanhola.
Todos os anos, a União Europeia perde entre 16.888 e 167.431 toneladas destes pellets para o ambiente, de acordo com um relatório de 2018 para a direcção-geral de Ambiente da Comissão Europeia, que reunia medidas para evitar a libertação de microplásticos no ambiente.
Depois de os pellets serem produzidos, o material é transportado para as fábricas, onde é derretido para se fazerem os objectos de plástico. Durante o transporte do granulado, por comboio, em contentores nos navios ou em camiões, e nos momentos de carga e descarga, há material que pode ser vertido e perdido para o ambiente.