Só o açúcar contrariou queda dos preços alimentares da FAO em 2023
Índice mundial da agência das Nações Unidas que mede as matérias-primas alimentares recuou 13,7% no ano passado, face a 2022.
O indicador da FAO (agência da ONU para a agricultura e alimentação) que segue os preços das matérias-primas agrícolas nos mercados internacionais registou em 2023 uma queda de 13,7% face ao ano precedente, foi anunciado esta sexta-feira. Somente o preço do açúcar terminou o ano passado com um valor acima de 2022, acrescenta a FAO — Food and Agriculture Organization.
Com uma média global de 124 pontos registada em 2023, o índice — que resulta de uma média de cinco subíndices de preços de bens alimentares (carne, lacticínios, cereais, óleos vegetais e açúcar) ponderados pela média das quotas de exportação mundial de cada um dos grupos no período de 2014-2016 – ficou também 1,35% abaixo de 2021, ano em que o mundo estava ainda a lidar com a pandemia e em que a guerra na Ucrânia (que desestabilizou o preço dos cereais e dos óleos vegetais, sobretudo, e toda a cadeia alimentar que deles dependem) ainda não tinha tido início (foi a 24 de Fevereiro de 2022 que a Rússia invadiu território ucraniano e desencadeou o conflito).
A prestação do indicador da FAO no ano passado consolida assim 2022 (com 143,7 pontos ao nível global) como o ano recorde de preços das matérias-primas alimentares mundiais medidos pelo índice da agência da Organização das Nações Unidas (ONU), iniciado há mais de 30 anos.
Nos subíndice da carne, a prestação anual em 2023 recuou 3,53% face a 2022 (para 114,6 pontos); no relativo ao leite e lacticínios a descida anual foi de 16,57% (118,8 pontos); no dos cereais a diminuição foi de 15,38% (130,9 pontos); e nos óleos vegetais verificou-se a maior queda do período em análise, de 32,74% (para 126,3 pontos).
Apenas o subíndice relativo aos preços internacionais de açúcar para exportação registou uma subida em 2023, face a 2022: a média encontrada pela FAO, de 145 pontos, fica 26,63% acima do desempenho anual imediatamente anterior. E, neste caso, é preciso recuar a 2011 para encontrar um registo mais elevado dos preços do açúcar do que em 2023, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pela FAO. Nos restantes quatro subíndices (carne, lacticínios, cereais e óleos vegetais), o valor mais alto mantém-se o registado em 2022.