Novos empréstimos para compra de casa superaram dois mil milhões em Novembro

Percentagem de crédito renegociado diminuiu e taxa mista continua a representar a maioria das novas operações de crédito.

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Novos empréstimos à habitação aumentaram na recta final do ano Rui Gaudencio

Os empréstimos às famílias aumentaram em Novembro em todas as finalidades, sendo o destinado à compra de casa o que mais se destacou, superando os dois mil milhões de euros, o valor mais elevado do ano.

O crédito total ascendeu a 2725 milhões de euros, mais 193 milhões de euros que em Outubro, revelam os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

Por segmentos, o crédito para compra de casa ascendeu a 2040 milhões de euros, mais 161 milhões de euros que no mês anterior.

Esta subida acontece no mês que em se verificou uma ligeira queda do montante de crédito que, apesar de ser contabilizado como novo, resulta da renegociação de créditos.

A percentagem de crédito renegociado ascendeu a 37,3% do montante total, abaixo dos 39,6% verificados em Outubro.

Novembro também foi o primeiro mês completo de aplicação das novas regras do BdP para os créditos à habitação – mais concretamente, a redução para metade da taxa de stress ou cenário extremo aplicada aos novos créditos do regime variável ou misto, um cálculo que pretende testar a capacidade das famílias para pagarem os empréstimos no caso de subida das taxas Euribor.

Com as regras que entram em vigor em meados de Outubro, que acabam por facilitar a concessão de crédito, passou a exigir-se a aplicação de 1,5% sobre a Euribor contratada, nos empréstimos com duração superior a dez anos, quando, até então, se somavam mais 3%. Foi igualmente reduzida para metade, ou seja, para 0,5%, nos novos empréstimos com maturidade inferior ou igual a cinco anos, e para 1% para contratos com maturidade entre cinco e dez anos.

A taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação manteve-se praticamente inalterada, ascendendo a 4,24% em Novembro (4,23% em Outubro). A taxa "tem-se mantido relativamente estável desde Junho e tem vindo a convergir com a média da área do euro (4,05% em Novembro)”, destaca o BdP.

Para a estabilização da taxa contribui o elevado número de empréstimos a taxa mista, isto é, empréstimos com taxa de juro fixa num período inicial do contrato, seguido de um período em que a taxa de juro é variável, que ascenderam a 66% do montante total.

Contudo, a opção de taxa mista tem sido feita por prazos curtos, porque as taxas fixas para esses períodos estão ligeiramente mais baixas do que as taxas Euribor, uma situação que começa a alterar-se com a queda das taxas variáveis, essencialmente a 12 e a seis meses.

Já a percentagem de crédito à habitação com taxa fixa para a maturidade total do empréstimo continua reduzida, representando apenas 5,4% em Novembro.

O montante do novo crédito ao consumo aumentou nove milhões de euros, para 459 milhões de euros, e o crédito para outras finalidades aumentou 23 milhões de euros, para 226 milhões de euros.

As taxas de juro médias dos novos empréstimos para consumo (9,06%) e outros fins (5,29%) diminuíram 0,13 pontos percentuais e 0,04 pontos percentuais, respectivamente, face ao mês anterior.

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