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Eusébio, o “Pantera Negra”, morreu há dez anos
Qualidade técnica do "Pantera Negra" encantou treinadores, adeptos e até adversários. Despedida reuniu milhares de pessoas nas ruas de Lisboa e no Estádio da Luz.
Eusébio da Silva Ferreira morreu há exactamente dez anos: foi a 5 de Janeiro de 2014 que o país acordou com a notícia da morte do "Pantera Negra", o King, a "Pérola Negra". Continua a ser para muitos o melhor jogador português de todos os tempos – apenas com a concorrência recente de Cristiano Ronaldo. A despedida dividiu-se entre o Estádio da Luz e as ruas de Lisboa: milhares de pessoas juntaram-se para o último adeus a Eusébio, de cidadãos anónimos às mais altas figuras de Estado. Em 2015, recebeu uma última distinção: a transladação para o Panteão Nacional.
Nasceu a 25 Janeiro de 1942 na então Lourenço Marques, hoje Maputo, e tornou-se num símbolo do Benfica e do país. Chegou ao clube da Luz em 1960, época em que o Benfica conquistou um inédito título de campeão europeu. Rodeado de glórias, o jovem moçambicano não se acanhou e rapidamente conseguiu segurar um lugar no plantel principal.
A qualidade técnica de Eusébio encantou treinadores, adeptos e até os adversários. Foi 11 vezes campeão nacional, por sete vezes o melhor goleador do campeonato português e em duas ocasiões o artilheiro máximo na Europa.
Vestiu por 64 vezes a camisolas “das quinas”, ficando célebre pela prestação no Mundial de 1966, realizado em Inglaterra. Foi o melhor marcador da prova, com nove golos, recebeu a distinção de melhor jogador do torneio e conduziu Portugal a um inédito terceiro lugar em Mundiais.
Os 90 minutos frente à Coreia do Norte nos quartos-de-final ajudaram a internacionalizar a lenda do "Pantera Negra". Portugal esteve a perder por 0-3, mas um poker de Eusébio permitiu uma reviravolta histórica, com os portugueses a vencerem a partida por 5-3.
Esteve 15 anos no Benfica, saindo depois para os Estados Unidos. Ainda regressaria a Portugal, com passagens pelo Beira-Mar e União de Tomar, mas encerraria nos Buffalo Stallions uma carreira de sucesso.
Durante a carreira, Eusébio batalhou com a dor das sucessivas lesões nos joelhos – que tiveram início ainda na adolescência do "Pantera Negra". Os avanços da medicina moderna não eram ainda uma realidade, com o jogador a ser operado seis vezes ao joelho esquerdo e uma ao direito.
Depois de se afastar dos relvados, continuou ligado ao Benfica e à selecção nacional. Após várias hospitalizações nos últimos anos de vida, foi vítima de uma paragem cardiorrespiratória na madrugada de 5 de Janeiro de 2024.