Azerbaijão nomeia ministro da ecologia e ex-executivo do petróleo como líder da COP29

O Azerbaijão, um dos berços da indústria petrolífera, é a terceira escolha consecutiva de um exportador de petróleo a acolher as negociações mundiais do clima, depois dos EAU e do Egipto.

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Ministro da Ecologia e dos Recursos Naturais do Azerbaijão, Mukhtar Babayev, a discursar durante a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28) no Dubai Thomas Mukoya/REUTERS

O Azerbaijão escolheu o ministro da Ecologia, Mukhtar Babayev, que trabalhou durante mais de duas décadas na empresa estatal de petróleo e gás antes de entrar para o governo, para liderar a próxima ronda de negociações sobre o clima a nível global: a COP29, que terá lugar em Baku no final deste ano.

Babayev foi nomeado presidente indigitado da COP29 e Yalchin Rafiyev como negociador principal da cimeira sobre o clima, de acordo com a conta da presidência da COP28 no X (antigo Twitter). Babayev trabalhou na empresa estatal de energia Socar de 1994 a 2018, de acordo com o seu perfil no LinkedIn.

Embora o seu papel como ministro da Ecologia o torne uma escolha comum para presidir às negociações, a sua experiência no sector petrolífero pode reacender o debate sobre o papel dos interesses dos combustíveis fósseis no processo da COP.

O Azerbaijão, um dos berços da indústria petrolífera, é a terceira escolha consecutiva de um país exportador de petróleo e gás a acolher as negociações, depois dos Emirados Árabes Unidos no ano passado e do Egipto em 2022. A nomeação de Sultan Al Jaber como presidente da COP28 suscitou muitas críticas pelo facto de continuar a ser o director executivo da Abu Dhabi National Oil Co. Al Jaber acabou por negociar o primeiro acordo da COP que apela à transição para o abandono de todos os combustíveis fósseis.

A COP28, no Dubai, envolveu a indústria do petróleo e do gás mais do que qualquer outra encarnação das conversações anuais sobre o clima, incluindo um acordo entre mais de cinquenta empresas petrolíferas para reduzir as emissões de metano das suas próprias operações para quase zero até ao final da década.