Circulação na linha da Beira Baixa interrompida devido a aluimento de terras

Com a Beira Alta também interrompida devido a obras, o país está agora sem quaisquer ligações ferroviárias a Vilar Formoso. IP foi avisada do aluimento inicial no dia 1 de Janeiro, mas nada fez.

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A IP ainda não comunicou o sucedido nem por quanto tempo deverá a linha ficar interrompida Daniel Rocha

Um aluimento de terras junto a uma ponte, em Tortosendo (concelho da Covilhã) deixou a linha da Beira Baixa interditada, estando a CP fazer transbordo rodoviário entre Fundão e Covilhã.

A transportadora pública diz que os passageiros que já tenham bilhetes adquiridos podem solicitar o reembolso, pela totalidade, no site da empresa ou numa das suas bilheteiras. Podem também trocar o bilhete para outro comboio em data posterior.

A IP – Infraestruturas de Portugal comunicou o sucedido, mas não se compromete com um prazo para a reabertura, mas o PÚBLICO apurou que a mesma não deverá reabrir, pelo menos, até domingo.

O PÚBLICO sabe que a IP foi informada pela GNR, no dia 1 de Janeiro, do aluimento inicial, mas não foi efectuada qualquer tentativa de o conter de forma a evitar a situação que veio a acontecer três dias depois.

Com a linha da Beira Alta encerrada entre Pampilhosa e Guarda, e agora com a interrupção da Beira Baixa entre Fundão e Covilhã, Portugal está sem acesso ferroviário a Vilar Formoso, que é a principal fronteira do país também ao nível do caminho-de-ferro.

No caso dos passageiros já não havia quaisquer comboios desde que, em Abril de 2022, a IP encerrou a linha para obras de modernização entre Pampilhosa e Guarda. Apesar de esta se manter aberta entre Guarda e Vilar Formoso, a CP optou por adjudicar a uma empresa rodoviária o serviço entre aquelas duas estações.

Na Beira Baixa, o transbordo entre Fundão e Covilhã decorrerá enquanto a linha estiver interrompida, mas toda a frota da CP que estiver neste momento a norte da Covilhã, ficará retida sem poder vir à manutenção ao Entroncamento ou a outras oficinas da empresa. Na prática, Portugal ficou com uma “ilha ferroviária” entre Covilhã, Guarda e Vilar Formoso.

Quanto às mercadorias, como a Beira Alta estava encerrada, a Medway e a Takargo (agora Captrain) utilizavam a Beira Baixa como alternativa. Sem este plano B, o tráfego ferroviário de mercadorias internacional sofre, agora, um pesado revés. Enviar os comboios pela fronteira de Valença do Minho é demasiado longe e fazê-lo pela linha do Leste até Elvas e Badajoz é também mais longe, além de que é mais oneroso porque terá de ser usada tracção a diesel por aquela linha não estar electrificada.

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