Montenegro quer reeditar espírito da AD de “diálogo e convergência”

Líder do PSD confirma que CDS terá dois candidatos em lugares elegíveis e mais dois em 16º lugar. Só terá seis deputados em caso de “vitória folgada”.

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Luís Montenegro assume que tentará fazer campanha de forma calma Nuno Ferreira Santos

Na noite em que o conselho nacional do PSD aprova a coligação com o CDS e com o PPM para as legislativas, o líder do PSD disse querer “reeditar” o “espírito” da Aliança Democrática (AD) com a governação “dos próximos quatro anos” na mira. Apelando à mobilização do partido para o embate eleitoral – “conto convosco” – Luís Montenegro disse esperar uma campanha "clarificadora" onde fique patente que os resultados da governação socialista "não servem o futuro de Portugal".

Dirigindo-se aos conselheiros nacionais, num discurso que foi aberto à comunicação social, o líder social-democrata disse que é no âmbito do “espírito de diálogo, abertura e convergência, de colocar o interesse das pessoas e das instituições” que o transporta para a decisão de concorrer às legislativas, “reeditando uma aliança que fez história”.

“Sim, esta coligação que integra CDS, PPM e cidadãos independentes, alguns com percursos diferentes dos nossos, esse espírito é o que queremos reeditar. Proponho vos uma solução que é a expressão da forma como queremos governar Portugal: abrindo a política à participação de pessoas qualificadas, abrindo os nossos quadros, a nossa representação, a equipa multidisciplinar, para legislar, debater todos os assuntos prementes e os problemas”, afirmou.

Embora sem revelar quais as primeiras posições dadas ao CDS nas listas, o líder do PSD confirmou que a AD vai assegurar a eleição de dois mandatos aos centristas, dará também o 16º lugar em Lisboa e outro idêntico no Porto, o que implica a eleição de mais dois deputados se houver “crescimento eleitoral”. Numa terceira linha, a AD prevê, em resultado de uma “vitória mais folgada mais robusta, que não é impossível”, mais dois lugares - o 10º de Aveiro e outro em Braga. Já sobre o PPM, Montenegro revelou que terá o 19º lugar na lista de Lisboa, uma posição difícil já que o PSD só elegeu 18 deputados em casos de vitória. “Não é fácil chegar lá”, admitiu, referindo ainda que a AD, como o PÚBLICO escreveu, será apresentada no Porto no próximo domingo.

No discurso de meia hora, Montenegro voltou a atacar o actual secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, por causa da compra de acções dos CTT em 2021. “Utilizar os dinheiros públicos à socapa para um negócio político não é governar o país”, disse, repetindo que a situação e a falta de explicações do ex-ministro com a tutela dos CTT é uma “bandalheira”. “Quem não mostrou sentido de responsabilidade, sentido institucional, sentido estratégico para ser ministro como é que pode arrogar-se na capacidade de o fazer como primeiro-ministro?”, questionou.

Nesse sentido, o líder social-democrata disse esperar que a campanha para as legislativas seja “clarificadora”, para que “as pessoas escolham o conteúdo das decisões, o conteúdo e a forma das lideranças políticas”.

Montenegro referiu que a sua intenção é que fique claro na campanha que os resultados da governação socialista “não servem o futuro de Portugal” e propõe-se fazê-lo “calmamente”, “sem repentes, sem desleixo, sem ligeireza”.

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