Réplica de 5,5 atinge Japão depois de sismo que fez 62 mortos

O novo tremor ocorreu por volta das 10h54 (hora local) a uma profundidade de dez quilómetros, com epicentro na península de Noto, na província de Ishikawa, tal como o sismo de segunda-feira.

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Destruição deixada pelo terramoto que atingiu o Japão no dia de Ano Novo Reuters/KIM KYUNG-HOON
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O Oeste do Japão sofreu nesta quarta-feira, 3 de Janeiro, uma nova réplica de magnitude 5,5 na escala de Richter, depois de, na segunda-feira, um sismo de 7,6 deixar pelo menos 62 mortos na região.

O novo tremor ocorreu por volta das 10h54 (hora local, 2h12 em Portugal) a uma profundidade de dez quilómetros, com epicentro na península de Noto, na província de Ishikawa, tal como o sismo de segunda-feira, segundo a Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês), que não emitiu um alerta de tsunami.

Um funcionário da Câmara de Ishikawa, que não se quis identificar, referiu à agência France-Presse (AFP) que foram registadas 62 mortes e disse que mais de 300 pessoas ficaram feridas, 20 das quais com gravidade, na sequência do sismo de segunda-feira.

O Governo português expressou na terça-feira “a mais sincera solidariedade” para com o Japão, pelas vítimas do terramoto e da colisão entre dois aviões, na terça-feira, no aeroporto de Tóquio, de acordo com uma nota divulgada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros.

Numa publicação na rede social X, João Gomes Cravinho expressou “a mais sincera solidariedade ao povo e às autoridades japonesas”, pelas vítimas destes dois incidentes.

Central nuclear detecta subida do nível do mar

A central nuclear de Shika, no centro do Japão, registou uma subida do nível do mar após o terramoto de segunda-feira e detectou danos num muro que protege um reactor de tsunamis, informou a emissora pública NHK.

De acordo com a televisão japonesa, embora o operador da central Hokuriku Electric Power tenha anunciado no início que não tinha detectado grandes flutuações no nível da água, um controlo efectuado ao fim da tarde desta terça-feira revelou uma subida de três metros entre as 17h45 e as 18h00 locais de segunda-feira.

Estes níveis foram registados cerca de uma hora e meia após o terramoto de magnitude 7,6, que teve o epicentro na península de Noto — a cerca de 80 quilómetros do local onde se situa a central — e que levou à activação de um alerta de tsunami durante 18 horas.

Durante a última inspecção, a empresa descobriu também que um muro de quatro metros de altura, instalado em 2011 para proteger um dos dois reactores da central, encerrada há quase 13 anos, estava inclinado vários centímetros.

O tremor danificou dois transformadores utilizados para fornecer electricidade aos sistemas de arrefecimento dos dois reactores, embora a empresa afirme que as duas unidades estão a receber energia de geradores a diesel com combustível suficiente para funcionar durante mais cinco dias.

Em 2011, um terramoto de 9,1 graus na escala de Richter ao largo da costa leste do Japão provocou um tsunami que causou a morte de mais de 20 mil pessoas e a fusão parcial de três reactores da central nuclear de Fukushima Daichi, naquele que foi o pior acidente nuclear desde o de Tchernobil (Chernobyl), na Ucrânia, em 1986.

O impacto da catástrofe foi tal que, desde 2011, apenas uma dúzia dos mais de 30 reactores nucleares japoneses foram reactivados.