Dois medronhos

Empurrou a porta com o pé, como um pistoleiro num western, e entraram as duas.

Ouça este artigo
00:00
01:57

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Ajoelha-te, São, disse a Alexandra, e reza comigo: O silêncio é a ave do ruído que pousa para fazer um ninho. Há vozes que chegam aos céus, repete comigo, há vozes que chegam aos céus e vozes que chegam à terra (há vozes que chegam e vozes que chegam à terra), há vozes que chegam às pedras (às pedras) e vozes que chegam aos olhos (vozes chegam aos olhos), há vozes que se levantam e nos levantam (vozes que se… que nos levantam) e há vozes que nos embalam (e há vozes que nos embalam). Pousa a tua voz na voz dos outros (pousa a tua voz na voz) como crianças que sobem às cavalitas dos pais para ver o que se passa para lá da multidão, pousa a tua voz na voz dos outros (pousa a tua voz) para que os outros pousem a sua voz na tua voz (para que pousem na minha voz). Amém (amém).

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.