Partidos concordaram com mensagem de Marcelo, mas por razões diferentes
Líderes partidários concordaram com a mensagem do Presidente da República, seja com o apelo ao voto em 2024, seja com as preocupações enunciadas por Marcelo Rebelo de Sousa.
A mensagem de Ano Novo do Presidente da República foi bem recebida pelos partidos parlamentares, que encontraram pontos de convergência no discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, do apelo à mobilização nas eleições legislativas de Março à responsabilidade dos portugueses na escolha dos destinos do país.
À direita, o PSD considerou o discurso do chefe de Estado "realista". Uma “mensagem de exigência”, mas também “de esperança e de responsabilidade” – algo que o partido “subscreve e acompanha”, disse a vice-presidente social-democrata Margarida Balseiro Lopes.
O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, disse que o "ponto fundamental" da mensagem foi a ideia de que "é preciso fazer mais" em 2024, com outros protagonistas. "Se queremos fazer mais, não podem os mesmos que estiveram agora a fazer, porque não tem sido suficiente. Temos de mudar o governo para mudar o país", disse.
Já o Chega saudou uma mensagem “simples”, mas “muito coerente” e clara de Marcelo. O líder do partido, André Ventura, considerou que o Presidente teve “coragem” ao destacar alguns temas que deverão ser essenciais na escolha dos portugueses, como a saúde ou a corrupção. E sublinhou ainda o apelo muito forte ao voto num país com elevados níveis de abstenção.
A chamada dos portugueses às urnas foi também enaltecida à esquerda. O dirigente do Bloco de Esquerda Luís Fazenda disse que o partido acompanha a mensagem do chefe de Estado, sublinhando o apelo ao voto, à responsabilidade e, "sobretudo, a necessidade de uma grande viragem na política portuguesa".
A ideia de mudança foi partilhada por João Oliveira, do PCP, que viu na mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa uma "constatação dos problemas que o país atravessa" e sublinhou a necessidade de fazer cumprir a Constituição.
Por parte do PS, o presidente, Carlos César, defendeu que a intervenção de Marcelo esteve “em linha” com as preocupações dos socialistas, tanto no que diz respeito à “evolução política nacional”, como em relação aos “perigos e riscos” que o país enfrenta face à realidade internacional.
Rui Tavares, do Livre, referiu que o discurso foi "muito igual" às mensagens de outros líderes políticos nesta quadra e considerou ter ficado por dizer que as eleições de 2024 – Açores, legislativas e europeias – serão "escolhas entre renovar e romper com o contrato social". O deputado único subscreveu a mensagem de apelo ao voto, mas alertou que "não basta dar a palavra aos cidadãos", é preciso também que cada partido "ofereça a sua visão de futuro".
Inês de Sousa Real, do PAN, disse que a mensagem deixou claro que o país precisa de "contas certas que garantam a qualidade de vida das pessoas". Reconhecendo que Marcelo Rebelo de Sousa referiu alguns dos problemas do país, a líder e deputada do PAN lamentou que temas como a violência doméstica ou as alterações climáticas não tenham estado presentes no discurso.