Sem-abrigo: “Não esperava que aos 60 anos ainda tivesse a oportunidade de ser tão feliz”

Ana e André receberam uma casa, depois de anos na rua, reféns da droga. “Mal vi a casa, só me apetecia chorar”, diz André. Hoje é jardineiro. Em 90% dos casos, as pessoas já não voltam à rua.

Foto
André Martins tem 37 anos e está há três integrado no programa Housing First MATILDE FIESCHI
Ouça este artigo
00:00
17:45

André pede desculpa pela casa ligeiramente desarrumada. Mas o estendal com roupa a secar tem de estar na sala porque a chuva poucas tréguas tem dado. Ele senta-se no sofá, olha para o telemóvel. Está ansioso por novidades do irmão, que há-de chegar do Algarve dali a umas horas. Finalmente, tem uma casa onde pode receber família, amigos, quem ele quiser. Nem sempre foi assim. André Martins é algarvio, um “môce marafado”, como ele próprio se descreve. Está em Lisboa há alguns anos, talvez dez. “Vim para deixar a droga”.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.