Centro de saúde de Sete Rios sem atendimento médico devido a greve

Fonte da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo adiantou que, dos cinco médicos escalados, nenhum compareceu.

Foto
O centro de saúde de Sete Rios faz parte dos cerca de 190 centros de saúde que estão abertos este fim-de-semana e no dia de Ano Novo EVR ENRIC VIVES-RUBIO/Arquivo

O centro de saúde de Sete Rios, em Lisboa, um dos cerca de 190 com horário alargado este fim-de-semana, está este sábado sem atendimento clínico devido à greve dos médicos às horas extraordinárias, segundo fonte oficial.

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo adiantou à agência Lusa que, dos cinco médicos escalados, nenhum compareceu, estando apenas a funcionar no centro de saúde de Sete Rios uma equipa de enfermagem.

Uma reportagem da CNN constatou no local que doentes que foram reencaminhados pela Linha SNS 24 para o centro de saúde de Sete Rios não foram atendidos por falta de médicos, tendo recebido a informação de que estavam de greve.

A greve dos médicos às horas extraordinárias nos cuidados de saúde primários foi convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e termina às 24h00 do dia 31 de Dezembro.

Contactado pela agência Lusa, o Ministério da Saúde afirmou que dos "233 centros de saúde que hoje [sábado], dia 30 de Dezembro, estão abertos em atendimento complementar, existem constrangimentos no Centro de Saúde de Sete Rios, estando a ARS Lisboa e Vale do Tejo a trabalhar para regularizar a situação o mais rapidamente possível".

O centro de saúde de Sete Rios faz parte dos cerca de 190 centros de saúde que estão abertos este fim-de-semana e no dia de Ano Novo, à semelhança do que aconteceu no Natal, para "responder atempadamente aos casos de doença aguda não emergente", referiu o Ministério da Saúde num comunicado divulgado na sexta-feira.

Posteriormente, em declarações à Lusa, o secretário-geral do SIM atribuiu os constrangimentos em centros de saúde com horário alargado este fim semana, por falta de médicos, à falta de um planeamento atempado por parte do Ministério da Saúde. O dirigente sindical adiantou que anunciar "à última da hora" a abertura de um conjunto "muito alargado" de centros de saúde a funcionar ao fim de semana e feriado em horário complementar dá origem a constrangimentos, porque muitas das unidades "não têm médicos para dar essa resposta".

"Tivemos conhecimento que quer o centro de saúde de Sete Rios [Lisboa], quer o centro de saúde de Moscavide, quer os centros de saúde em Sintra não estão a dar a resposta que é anunciada pela Direcção Executiva [do SNS] e pelo próprio Ministério da Saúde", disse Jorge Roque da Cunha.

De acordo com o calendário [pode ser consultado aqui], este sábado deveriam estar abertos 233 centros de saúde, e no domingo, 193 unidades. Na segunda-feira, feriado, dia 1 de Janeiro, e na terça-feira, dia 2, estarão operacionais 187 centros de saúde.

A medida, explica o Ministério no documento, insere-se no Plano Estratégico para a Resposta Sazonal em Saúde - Inverno 2023-2024, operacionalizado pelos Agrupamentos de Centros de Saúde e Administrações Regionais de Saúde, em articulação com a Direcção Executiva do SNS.

O Ministério da Saúde aconselha que, em caso de situação de doença aguda não emergente, a utilização das alternativas disponíveis aos serviços de urgência, como os centros de saúde e os serviços digitais SNS 24, "contribui para diminuir a pressão sobre os serviços de emergência hospitalar, através de atendimentos que podem ser prestados noutros pontos do SNS".

"Em situações não emergentes, como sintomas respiratórios ligeiros a moderados, a população deve contactar o SNS 24 para aconselhamento e eventual encaminhamento para a unidade de saúde mais próxima. Em situações de emergência deve ser contactado o 112", avisa também o Ministério, que "reconhece o empenho dos profissionais de saúde, de um modo especial nesta quadra, e deseja um novo ano, com saúde, para toda a população".