Inflação mantém tendência de descida em Dezembro e cai para 1,4%
Inflação homóloga caiu para 1,4% em Dezembro, pondo a inflação média no total de 2023 em 4,3%, abaixo da previsão realizada há três meses pelo Governo.
A taxa de inflação manteve em Portugal, durante o mês de Dezembro, uma tendência de descida, pondo o valor total do ano abaixo daquilo que eram as previsões do Governo.
De acordo com a primeira estimativa para o Índice de Preços no Consumidor de Dezembro publicada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de inflação homóloga (a variação dos preços face ao mesmo mês do ano anterior) cifrou-se este mês em 1,4%, o que constitui uma ligeira descida de 0,1 pontos percentuais face ao resultado de Novembro. Isto significa que os preços em Portugal estão a registar subidas, face ao ano passado, mais moderadas.
Com este resultado (que ainda terá de ser confirmado pelo INE dentro de aproximadamente duas semanas), a taxa de inflação média do total de 2023 acabou por ficar nos 4,3%, um valor que fica abaixo dos 7,8% do ano passado e dos 4,6% que eram estimados pelo Governo em Outubro, quando apresentou a sua proposta de Orçamento do Estado para 2024.
De facto, nos últimos meses, tanto em Portugal como no resto da Europa, a evolução dos preços tem surpreendido pela positiva. No caso português, a descida de Dezembro é a quarta consecutiva neste indicador, que, desde Agosto até agora, caiu de 3,7% para 1,4%.
E se nos meses anteriores uma boa parte da descida da taxa de inflação homóloga se deveu ao facto de a comparação dos preços estar a ser feita com um período em que as pressões inflacionistas se encontravam muito elevadas, no que diz respeito a Dezembro não se pode dizer o mesmo.
Em Dezembro de 2022 tinha-se iniciado uma descida dos preços da energia, pelo que a comparação com esse período de tempo se poderia tornar mais desfavorável. No entanto, revelam agora os números do INE, durante este mês os preços acabaram mesmo por descer 0,46%, com destaque para a diminuição de 2,17% nos produtos energéticos e de 0,93% nos produtos alimentares não transformados.
A taxa de inflação homóloga subjacente (aquela que não inclui os produtos alimentares não transformados e os produtos energéticos) também caiu em Dezembro, de 5,4% para 5%, confirmando a tendência descendente deste indicador que é seguido com particular atenção pelo Banco Central Europeu na definição da sua política monetária.
Em Janeiro, será mais difícil que se prolongue a série de descidas consecutivas da inflação em Portugal. Primeiro, porque os efeitos-base tornar-se-ão ainda mais desfavoráveis. E depois porque, a partir do início do ano, deixará de estar em vigor a medida de IVA zero nos produtos alimentares considerados essenciais, o que levará certamente a uma escalada dos preços nesta categoria de bens.