Jogo do Pau de Cabeceiras de Basto classificado património cultural imaterial

O concelho do distrito de Braga tem duas escolas activas dedicadas à modalidade, nas freguesias de Bucos e Abadim.

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A candidatura foi apresentada à DGPC, no ano passado, pela Câmara de Cabeceiras de Basto DIANA GOMES/CÂMARA MUNICIPAL DE CABECEIRAS DE BASTO
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O Jogo do Pau de Cabeceiras de Basto, no distrito de Braga, foi inscrito no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, anunciou na quarta-feira a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

O Jogo do Pau caracteriza-se por ser uma técnica de defesa/ataque com uma arma barata e simples, de fácil acesso ao camponês.

"Este usava o seu varapau quer como defesa nas suas lides de pastoreio, quer quando tinha de se defender de qualquer quezília, para que era desafiado e não raras eram as vezes, nas feiras semanais, ou mesmo quando alguém lhe saía ao caminho. Com o decorrer dos tempos, a abertura das sociedades campesinas à urbanidade este hábito caiu em desuso, mas esta arte continuou a passar de geração em geração", lê-se na descrição patente na plataforma MatrizPCI, salientando que há apenas duas escolas activas, nas freguesias de Bucos e Abadim.

Em comunicado, a DGPC diz tratar-se "de uma manifestação de carácter performativo, na categoria "actividades lúdicas", que se pratica nas freguesias de Abadim e de Bucos", acrescentando que os protagonistas se agrupam em duas escolas representadas pela Associação Recreativa, Desportiva e Cultural de Abadim - ARDCA e pela Associação Desportiva e Cultural S. João Baptista de Bucos.

"As origens desta prática remontam ao mundo rural, onde o pau era usado por pastores e agricultores para conduzir o gado, mas também como arma de defesa e de ataque. Mais tarde ganhou expressão no espaço urbano, onde se afirmou como um jogo exigente a nível físico e intelectual. Preferencialmente feito em madeira de lódão, o pau é torneado manualmente, levando um tratamento próprio para não se partir", explica a DGPC.

Segundo a DGPC, "a transmissão de conhecimento sobre o "Jogo do Pau" tem ocorrido de geração em geração entre membros unidos por laços familiares, alguns deles descendentes de mestres que continuam a ser uma referência para as comunidades de praticantes desta arte, geradora de um sentimento identitário na região".

O pedido de inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI) foi apresentado à DGPC pela Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, "que desenvolveu profundo estudo sobre a manifestação".

"Atendendo a que a transmissão desta tradição construtiva não está devidamente salvaguardada, o que pode pôr em perigo a sua continuidade, a decisão de inscrição no INPCI reconhece a importância desta manifestação do património cultural imaterial enquanto reflexo da respetiva comunidade ou grupo, bem como os processos sociais e culturais nos quais teve origem e se desenvolveu na contemporaneidade", refere o comunicado da DGPC.

A "técnica nortenha do "Jogo do Pau"" tem vindo, sublinha a DGPC, "a apresentar-se em feiras, festas, romarias e outros eventos culturais, tanto em Portugal como no estrangeiro".