Depois dos telemóveis, Xiaomi revela carro eléctrico: quer estar entre os maiores fabricantes de automóveis

Os planos incluem a construção de “um carro de sonho comparável a um Porsche e a um Tesla”.

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O SU7 foi apresentado pelo director executivo da Xiaomi, Lei Jun Reuters/FLORENCE LO
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A Xiaomi, fabricante chinesa de smartphones, apresentou o seu primeiro veículo eléctrico na quinta-feira e anunciou imediatamente que pretende tornar-se um dos cinco maiores fabricantes de automóveis do mundo.

O sedan, apelidado de SU7 (a abreviatura SU vem de Speed Ultra), é um modelo altamente antecipado que o CEO da marca, Lei Jun, elogiou como tendo tecnologia de “motor super eléctrico”, capaz de proporcionar velocidades de aceleração mais rápidas do que os carros Tesla e da Porsche.

Mas o automóvel — que deverá estar à venda dentro de vários meses — faz a sua estreia numa altura em que o mercado chinês (o maior do mundo) luta contra um excesso de oferta e um abrandamento da procura, o que provocou uma guerra de preços violenta.

Isso não impediu o director executivo da Xiaomi, Lei Jun, de delinear grandes ambições. “Trabalhando arduamente nos próximos 15 a 20 anos, tornar-nos-emos um dos cinco maiores fabricantes de automóveis do mundo, esforçando-nos por elevar a indústria automóvel chinesa em geral”, afirmou na apresentação.

Esses planos incluem a construção de “um carro de sonho comparável a um Porsche e a um Tesla”, acrescentou.

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Visitantes filmam em torno do primeiro veículo eléctrico da Xiaomi, o SU7 REUTERS/Florence Lo
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O primeiro veículo eléctrico da Xiaomi, o SU7, foi apresentado num evento em Pequim REUTERS/Florence Lo

Espera-se também que o SU7 atraia os clientes devido ao seu sistema operativo partilhado com os populares telefones e outros dispositivos electrónicos da Xiaomi. Os seus condutores terão acesso sem problemas ao actual portfólio de aplicações móveis da empresa.

“A Xiaomi é uma marca de electrónica de consumo bem estabelecida, com centenas de milhões de ‘Mi Fans’, ou membros do seu ecossistema de dispositivos inteligentes”, afirmou Bill Russo, CEO da empresa de consultoria Automobility, sediada em Xangai. “Como tal, há uma oportunidade significativa de se destacar à medida que o automóvel se torna um dispositivo inteligente”, acrescentou.

O SU7 virá em duas versões — uma com uma autonomia de até 668 quilómetros com uma única carga e outra com uma autonomia de até 800 quilómetros. Em comparação, o Model S da Tesla tem uma autonomia de até 650 quilómetros.

O preço ainda não foi anunciado. Lei disse que o custo seria “de facto um pouco elevado, mas que todos acharão justificado”.

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O fundador e CEO da Xiaomi, Lei Jun, fala num evento sobre o primeiro veículo eléctrico REUTERS/Florence Lo

No meio de um dos Dezembros mais frios de que há registo na China, o SU7 foi também posicionado para apelar aos consumidores preocupados com o Inverno. Lei disse que o SU7 tem capacidade de carregamento rápido a baixas temperaturas e está equipado com tecnologia avançada que lhe permite reconhecer obstáculos em condições difíceis, como a queda de neve.

As capacidades de condução autónoma dos carros da Xiaomi estarão na vanguarda da indústria, disse também.

As ambições de Lei não conseguiram, no entanto, impulsionar a posição da Xiaomi na bolsa, com as acções da empresa cotadas em Hong Kong a perderem os ganhos anteriores e a terminarem 0,3% abaixo.