EUA acusam Irão de ataque contra navio que transportava químicos
Ataque aconteceu a apenas 200 milhas náuticas da costa da Índia, segundo o Pentágono. EUA dizem ter interceptado ainda drones dos houthis contra um navio seu no mar Vermelho.
Um ataque com um drone que atingiu um navio cargueiro que transportava produtos químicos no Oceano Índico foi levado a cabo pelo Irão, afirmou o Departamento de Defesa dos EUA.
O navio tem bandeira da Libéria, é propriedade do Japão e operado pelos Países Baixos, disse um porta-voz do Pentágono à agência Reuters. O porta-voz declarou que o navio foi atingido a apenas 200 milhas náuticas da costa da Índia por um drone vindo do Irão.
O ataque não provocou feridos, e um incêndio a bordo foi rapidamente apagado. O Pentágono diz que este foi “o sétimo ataque iraniano contra a navegação comercial desde 2021”.
O incidente mostra, no entanto, como a tensão regional está a aumentar com um novo risco à navegação na sequência do ataque de 7 de Outubro do Hamas contra Israel e da resposta israelita em Gaza, ambos de uma gravidade sem precedentes (com mais de 1200 mortos em Israel depois de uma infiltração de combatentes do Hamas em território israelita, incluindo 36 menores, e mais de 200 reféns levados para Gaza pelo movimento, enquanto os ataques israelitas em Gaza provocou já mais de 20 mil mortos e uma grave crise humanitária).
Até agora, os ataques a navios após o 7 de Outubro têm acontecido no Sul do mar Vermelho e têm sido levados a cabo pelos houthis, rebeldes xiitas do Iémen apoiados pelo Irão. Estes dizem que atingirão quaisquer embarcações israelitas, justificando os ataques com a guerra de Israel em Gaza.
Os Estados Unidos disseram ainda que atingiram quatro drones dos houthis lançados contra um navio militar seu no mar Vermelho. “Estes ataques são o 14.º e 15.º ataque contra a navegação comercial levados a cabo pelos militantes houthis desde 17 de Outubro”, segundo o comando central dos EUA, que coordena as operações no Médio Oriente, na rede social X (antigo Twitter).
O receio de ataques já fizeram muitas empresas de transporte e logística (Maersk, MSC ou Hapag-Lloyd), mas também de petróleo (como a BP), a evitar o canal do Suez e a passagem pelo mar Vermelho, utilizando antes rotas alternativas que contornam o continente africano pelo cabo da Boa Esperança, na África do Sul.