A casa do fado de Pedro Moutinho fez-se barco noutras águas
Entre o chão quente do fado tradicional e a fluidez líquida de outras sonoridades, Pedro Moutinho gravou mais um excelente disco, que conjuga na perfeição passado e futuro: Casa d’Água.
Começou com quatro fados e uma canção, lançados em disco e ao vivo (um EP, estreado no CCB em Fevereiro), e ganhou forma final com mais quatro temas num novo disco e mais uma apresentação ao vivo (outro EP, estreado no Palácio Baldaya, em Lisboa, em Novembro). Somando ambos, Casa e Água, nasceu um álbum, Casa d’Água, que a partir do nome de uma canção criou um conceito que, sem ser inédito no fado (a coexistência de fados e canções), assume aqui forma musical e gráfica, até na própria capa do disco. Rodando-a, são afinal duas capas, com uma mesma fotografia tratada de maneiras diferentes, para acentuar os dois tempos que coabitam neste trabalho: o chão quente do fado tradicional e a fluidez líquida de outras sonoridades. Como diz Pedro Moutinho ao Ípsilon, “o Casa tem a fotografia tratada com aquela técnica antiga por ser um disco mais clássico, de fado tradicional, e o Água, com as novas canções, tem essa mesma fotografia a cores, por ser uma coisa mais actual e do futuro”.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.