Clubes da Superliga saem da Liga dos Campeões, resume presidente da UEFA

Aleksander Ceferin diz não compreender clubes que querem estar “dentro e fora do sistema simultaneamente”. Pedro Proença diz estar “completamente contra” o modelo da nova prova.

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Conferência de imprensa realizou-se esta quinta-feira Reuters/DENIS BALIBOUSE
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Os clubes que se juntarem à Superliga europeia não vão participar nas provas sancionadas pela UEFA, resumiu esta quinta-feira o presidente desta entidade desportiva, o esloveno Aleksander Ceferin. Ainda que seja precoce dizer se a UEFA pode ou não simplesmente excluir os clubes que se juntarem à nova prova – ou mesmo se a Superliga se irá realizar –, o responsável deixou claro que os calendários das competições vão tornar "impossível" que uma equipa consiga disputar duas competições europeias ao mesmo tempo. Tal como na Liga dos Campeões, também as partidas da Super Liga vão acontecer a meio da semana. Impõe-se, por isso, uma escolha.

“Os clubes de qualquer país – Espanha, Itália, Inglaterra, etc. – não estão impedidos de se juntar a uma competição fora do sistema [da UEFA]. A escolha é vossa, nunca dissemos que não podiam estar fora. Mas alguns queriam estar dentro e fora simultaneamente, não se percebe muito bem”, começou por dizer o responsável.

Esta quinta-feira, uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) abriu novamente as portas à realização da Superliga europeia, depois da ideia para esta competição ser suspensa por tempo indeterminado. O acórdão apontou um abuso da "posição dominante" de FIFA e UEFA na posição conjunta contra a realização da prova, após ameaças de punições contra clubes e jogadores.

Duas horas depois de ser conhecida a decisão judicial, a promotora da competição, a empresa A22 Sports Management, apresentava o formato da competição. No total, 64 clubes divididos em três categorias vão disputar três troféus, com um sistema de subidas e despromoções. Não se sabe ao certo quantos clubes aceitaram participar e o imponente esquema de financiamento anual de 3,5 mil milhões do banco norte-americano JPMorgan Chase parece ter desaparecido. Prometem-se jogos em sinal aberto e muitas das receitas surgirão dessas transmissões.

"Não sei se fique chocado ou alegre. Por estarmos do Natal, acho que vou escolher a segunda opção", ironizou Aleksander Ceferin, reiterando que a UEFA nada fará para travar o surgimento desta nova competição: "Espero que eles saibam o que fazem, mas não teria tanta certeza disso."

Proença "completamente contra" a Superliga

O presidente da Liga portuguesa e da European Leagues, Pedro Proença, foi outro dos intervenientes nesta conferência de imprensa. Dizendo que a decisão judicial não muda em nada o entendimento dos responsáveis pelas competições, defendendo os actuais moldes de acesso às competições europeias.

"A decisão do tribunal não mudou nada sobre a nossa crença quanto ao formato das competições internacionais. Acreditamos nos princípios de abertura e na qualificação a partir dos campeonatos domésticos", referiu o responsável. Para concluir, deixou claro que está "completamente contra os modelos da Super Liga".

Outra das figuras a pronunciar-se foi o presidente do Paris Saint-Germain, Nasser al Khelaifi. O empresário colocou-se também ao lado da UEFA, questionando a promotora da Super Liga. "Quem é a A22? De onde é que eles são? Qual é a sua história?".

Aguardam-se agora mais desenvolvimentos neste caso, que continuará em tribunal. Outra das questões prende-se com a viabilidade da Superliga europeia, após a união generalizada de adeptos e clubes contra este tipo de competições.

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