PS chumba audições a ex-governantes e filho do Presidente sobre caso das gémeas

Nuno Rebelo de Sousa e os pais das gémeas não serão ouvidos na Assembleia da República.

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Os pedidos foram votados esta quarta-feira na comissão de saúde Daniel Rocha
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O PS chumbou esta quarta-feira os pedidos de audição da Iniciativa Liberal (IL) para a ex-ministra da Saúde, Marta Temido, o ex-secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, e o filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa, serem ouvidos no Parlamento sobre o caso das gémeas luso-brasileiras.

Todos os requerimentos dos liberais foram votados da mesma forma na comissão parlamentar de saúde: com o voto contra do PS, a favor do PSD, Chega, IL e do Bloco de Esquerda e a abstenção do PCP. Também o pedido do Chega que chamava os pais das crianças à Assembleia da República foi rejeitado, com os votos contra do PS e da IL.

Mesmo assim, os partidos de Rui Rocha e André Ventura vão forçar as audições à ex-ministra da Saúde, ao ex-secretário de Estado da Saúde, ao ex-presidente e à actual presidente do conselho de administração do Hospital Santa Maria e ao presidente do Infarmed, uma vez que recorreram ao instrumento da audição potestativa (obrigatória).

Em causa está um tratamento para a atrofia muscular espinhal de quatro milhões de euros a que duas gémeas luso-brasileiras tiveram acesso em 2019, no Hospital Santa Maria, em Lisboa, que, segundo uma reportagem da TVI, poderá ter tido a interferência de Marcelo Rebelo de Sousa a pedido do seu filho.

O caso já motivou a abertura de uma investigação contra desconhecidos por parte do Ministério Público, um processo da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde e uma auditoria interna no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte.

Esta quarta-feira, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, foi ouvido no Parlamento, a pedido do PS, sobre o "alegado favorecimento de duas bebés gémeas que sofrem de atrofia muscular espinhal, no acesso ao tratamento com o medicamento Zolgensma". Os socialistas defendem que apenas os responsáveis actuais pela pasta da saúde devem ser ouvidos porque "o Parlamento fiscaliza o Governo e os órgãos da Administração Pública e, por isso, quem está em funções".

Notícia actualizada às 14h07 com mais informações sobre o requerimento do Chega e os pedidos potestativos

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