“Ditadura nunca mais”: Marcelo destaca “clima de estabilidade emocional e institucional” no país
Na apresentação de boas festas do Parlamento ao Presidente da República, Santos Silva preconizou que o próximo ano será “muito exigente do ponto de vista político também” para o chefe de Estado.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou nesta quarta-feira a importância de haver em Portugal “um clima de estabilidade emocional e institucional que caracteriza a maturidade da democracia, que vai para o ano celebrar 50 anos do 25 de Abril”, e declarou que “a democracia é mais forte do que as vicissitudes.”
Na sala dos Embaixadores, no Palácio de Belém, onde decorreu a sessão de apresentação e cumprimentos de boas festas por parte da Assembleia da República com o presidente da Assembleia da República e os líderes parlamentares, Marcelo antecipa que 2024 será “um ano muito intenso cá dentro e lá fora” e que “há veredictos que são, à sua maneira, determinantes na evolução do mundo e da Europa”, como é o caso das eleições americanas, para o Parlamento Europeu e alguns actos eleitorais europeus”.
“O ano de 2024 será muito intenso cá dentro e lá fora, não podemos esquecer que lá fora há veredictos que são à sua maneira determinantes na evolução do mundo e da Europa, as eleições americanas, as eleições para o Parlamento Europeu e alguns actos eleitorais europeus, a juntar noutras áreas, onde a vivência democrática não tem paralelo com a Europa, [com] o mundo democrático, de facto, uma sucessão de acontecimentos que vão certamente marcar o ano de 2024”, declarou.
A nível interno, referiu-se às eleições legislativas de 10 de Março e também às eleições regionais antecipadas dos Açores, que vão decorrer no dia 4 de Fevereiro, e disse que a expectativa é a de que “o ano 2024 possa corresponder àquilo que venha a ser o desejo do povo português”.
Perante a delegação que foi a Belém, liderada pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, Marcelo agradeceu a presença e aproveitou para sublinhar: “Isto quer dizer que a tradição continua e que a democracia é mais forte do que as vicissitudes, que, aliás, têm a obrigação de a completar e enriquecer e não propriamente questionar ou desvanecer.”
“É um grande prazer tê-los aqui, na sequência de uma tradição e mostra a força da democracia portuguesa. Para além da vivacidade dos debates, das propostas, dos pontos de vista. O que é facto é que há um clima de estabilidade emocional e institucional que caracteriza a maturidade de uma democracia que vai para o ano celebrar 50 anos do 25 de Abril, isso também está presente no nosso espírito com sensibilidades diferentes, sobretudo os mais velhos”, disse o chefe de Estado
“Todos recordamos o que era viver em ditadura, o que era viver com censura, com repressão, o que era viver numa situação sem saída militar, o que era viver numa situação que se degradava económica e financeiramente, o que era viver com um milhão de portugueses, em curto espaço, votando com os seus pés, saindo do território, e tudo isto aconteceu em menos de uma década e sucessivamente e cumulativamente sem paragens”, contextualizou o Presidente da República, deixando um propósito: “Ditadura nunca mais.”
Ano muito exigente para Presidente
Para o presidente da Assembleia da República, que falou antes de Marcelo Rebelo de Sousa, o próximo ano será “muito exigente do ponto de vista político também para o Presidente da República”. Santos Silva preconizou que 2024 “será um ano muito exigente do ponto de vista político também para o Presidente da República, mas será um ano que o eleitorado, as forças políticas, as instituições atravessarão com a sageza, a sabedoria e também a harmonia que caracteriza a nossa democracia”.
Numa curta intervenção, de cerca de dois minutos e meio, Santos Silva começou por agradecer “toda a excelente cooperação institucional e a dedicação pessoal e a simpatia” que o chefe de Estado “tem dedicado ao Parlamento, a todas as forças políticas representadas no Parlamento” e pelo seu acompanhamento do debate, da fiscalização e da actividade legislativa.
“Isso queremos agradecer, agradeço em nome de todos, porque, evidentemente, esta cooperação institucional e a excelência que a pauta é mesmo um grande activo da democracia portuguesa, muito consolidado na democracia portuguesa, mas a que vossa excelência tem acrescentando um tom pessoal, afectivo, até emotivo, que nos apraz muito registar”, afirmou, citado pela Lusa.
Depois, Santos Silva desejou a Marcelo Rebelo de Sousa e à sua família “uma boa época natalícia”, que “corra pela melhor maneira, sem preocupações, com todo o júbilo que a caracteriza”.
Além do presidente da Assembleia da República e dos representantes dos partidos com assento parlamentar, na sessão esteve também presente a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.