Horta Osório e Warburg preparam oferta de seis mil milhões sobre Altice Portugal

Banqueiro português, ex-líder do Credit Suisse, e gestora de private equity estão a preparar oferta conjunta sobre parte dos activos do grupo Altice, avança o Financial Times.

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Adriano Miranda

A gestora de capitais privados norte-americana Warburg Pincus e o banqueiro português António Horta Osório, ex-presidente do Credit Suisse e do Lloyds Bank, estão a preparar uma oferta que pode atingir seis mil milhões de euros sobre os activos de telecomunicações do grupo Altice em Portugal.

A notícia foi avançada esta noite pelo jornal Financial Times, que cita fontes próximas do processo.

A confirmar-se a oferta, esta é mais uma proposta na corrida aos activos que a Altice terá à venda, em que se inclui a operação de telecomunicações em Portugal da dona da Meo.

O jornal britânico, especializado em assuntos económicos e financeiros, recorda que, desde que saiu do Credit Suisse por vontade do restante conselho de administração da instituição financeira suíça por ter violado regras de confinamento durante a pandemia, o antigo presidente do Santander em Portugal tem-se mantido fora dos holofotes públicos. É actualmente conselheiro do italiano Mediabanca e da Cerebus, além de administrador em várias outras empresas. É, desde 2022, presidente não executivo do conselho de administração da Bial.

Segundo o FT, que não identifica as fontes, Horta Osório é mais do que conselheiro na potencial oferta da Warburg, assumindo-se como parceiro da gestora e “poderá vir a assumir um papel no negócio”, caso a aquisição se faça.

O jornal recorda ainda que a Altice está receptiva a propostas de compra de parte dos seus activos até o início de Janeiro, sendo já conhecido o interesse da Apollo e da Saudi Telecom.

O tempo corre contra Patrick Drahi, fundador e dirigente do grupo Altice, face a uma dívida de 60 mil milhões de dólares acumulada pelo grupo que tem presença em vários países, além de Portugal. Serão os activos neste país, em França, EUA e Israel que estarão na lista de vendas prioritárias de Drahi.

A Warburg, que conseguiu captar 17 mil milhões de euros de capital recentemente, contextualiza o FT, tem vindo a fazer uma série de investimentos nas áreas das telecomunicações e tecnologia, incluindo a T-Mobile, num negócio que avalia esta empresa dos Países Baixos em 5,1 mil milhões de euros. Em 2019, tinha já pago outros seis mil milhões de euros pela aquisição da empresa de satélites Inmarsat.

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