Criado dispositivo que monitoriza “em tempo real” cancro do pâncreas
O método permite observar a presença de biomarcadores do cancro do pâncreas, através de dispositivos portáteis de leitura directa, e pode ser integrado em dispositivos móveis.
Investigadores do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) desenvolveram um dispositivo que, através da qualificação visual de biomarcadores, permite monitorizar “em tempo real” o cancro do pâncreas, foi divulgado esta sexta-feira.
Os investigadores do LabRise estão a criar uma nova abordagem para monitorizar o cancro, esclarece em comunicado o ISEP. A abordagem consiste num arranjo de sensores fluorométricos, utilizando compostos fluorescentes para a qualificação visual de biomarcadores de cancro, em particular do cancro do pâncreas, acrescenta-se.
Este método permite observar “em tempo real” a presença de biomarcadores, através de dispositivos portáteis de leitura directa, e pode ser integrado em dispositivos móveis, sendo que a câmara do telefone captura os resultados.
“A transdução de sinal por via colorimétrica, em suporte sólido, permite uma avaliação semiquantitativa, proporcionando uma representação visual da concentração do biomarcador”, refere-se. As coordenadas de cor obtidas permitem calcular de forma semiquantitativa a concentração do biomarcador na amostra, traduzindo-se numa "ferramenta eficaz para monitorizar a evolução da doença e prevenir recidivas”.
Citada no comunicado, a investigadora Margarida Cerqueira, do LabRise, salienta que os sensores “foram concebidos para serem testados em soro, demonstrando a sua aplicabilidade em amostras complexas”. “Além disso, esta tecnologia pode ser adaptada para outros biomarcadores, ampliando o seu potencial como uma ferramenta valiosa na monitorização contínua da evolução da doença”, acrescenta a investigadora do laboratório que visa o desenvolvimento, modificação e caracterização de nanomateriais com funcionalidades próprias e aplicação em contexto médico e industrial.
O cancro continua a ser uma das principais causas de mortalidade e morbilidade em todo o mundo, o que potencia a descoberta de métodos inovadores, não só para o diagnóstico, mas também para acompanhamento da evolução da doença. Esta metodologia abre a possibilidade de uma gestão mais eficaz do cancro, salienta o instituto do Porto.