Plataforma de sindicatos da PSP e associações da GNR pedem “negociação urgente” com MAI

Plataforma considera que os elementos destas forças de segurança estão a ser “alvo de um tratamento desigual e discriminatório por parte deste Governo”. Em causa está o suplemento de missão da PJ.

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Polícias e militares da GNR dizem que "não podem exigir menos do ministro da Administração Interna que os profissionais da PJ exigiram à ministra da Justiça" Daniel Rocha
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A plataforma de sindicatos da PSP e associações da GNR pediu esta quinta-feira uma reunião urgente ao ministro da Administração Interna para negociar os suplementos remuneratórios devido "às discrepâncias" salariais com os inspectores da Polícia Judiciária.

A plataforma, composta por sete sindicatos da Polícia de Segurança Pública e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, considera que "já eram elevadas as discrepâncias" salariais da PSP e GNR em relação à PJ, "mas neste momento tornaram-se completa e irremediavelmente fracturantes".

A plataforma considera que os elementos destas duas forças de segurança estão a ser "alvo de um tratamento desigual e discriminatório por parte deste Governo" após a aprovação, em 29 de Novembro, do pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.

"Não criticamos os aumentos atribuídos à Polícia Judiciária, que têm como argumento racional a valorização da actividade policial e a devida compensação pelo risco, insalubridade e penosidade, trabalho por turnos e piquete, no entanto, é incompreensível a não aplicação do mesmo racional aos profissionais da PSP e à GNR, que têm objectivamente o mesmo core business, são a primeira linha de intervenção policial, logo não estão expostos a menor risco, penosidade e insalubridade, pelo contrário", refere a plataforma no ofício enviado ao ministro José Luís Carneiro.

Os representantes das estruturas da PSP e GNR frisam que "não podem exigir menos do ministro da Administração Interna que os profissionais da PJ exigiram à ministra da Justiça", sendo por isso urgente o agendamento de uma reunião para a discussão dos suplementos remuneratórios.

No ofício, a plataforma dá conta da petição lançada online há cerca de 15 dias, que conta com mais de 17.000 assinaturas, a exigir "um tratamento condigno e paritário da PSP, da GNR e corpo da guarda prisional".

Na quarta-feira, a plataforma solicitou também uma audiência ao Presidente da República para demonstrar o desagrado contra este tratamento por parte do Governo.

Os pedidos de audiência ao Presidente da República e de reunião ao ministro da Administração Interna surgem na sequência da reunião inédita realizada na semana passada entre todas as estruturas das duas forças de segurança em que foi decidido a realização de várias iniciativas de protestos para exigirem um suplemento idêntico ao atribuído aos elementos da Polícia.

Fazem parte desta plataforma a Associação dos Profissionais da Guarda, Associação Nacional Autónoma de Guardas, Associação Nacional de Sargentos da Guarda, Associação Socioprofissional Independente da Guarda, Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, Sindicato dos Profissionais de Polícia, Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia, Sindicato Nacional da Polícia, Sindicato Independente de Agentes de Polícia, Sindicato Nacional da Carreira de Chefes e Sindicato Unificado de Polícia.