Inflação abrandou em Novembro para 1,5%, mais do que previsto

Variação dos preços foi menor do que a estimativa inicial. Taxa ficou 0,6 pontos percentuais abaixo da inflação de Outubro.

Foto
A evolução do preços está a abrandar em Portugal
Ouça este artigo
00:00
03:31

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu ligeiramente em baixa a estimativa da taxa de inflação do mês de Novembro, calculando que a variação do índice de preços em relação a Novembro do ano passado foi de 1,5% (em vez dos 1,6% apontados na primeira projecção, ainda provisória).

A taxa ficou 0,6 pontos percentuais abaixo da que se verificou em Outubro, mês em que a variação homóloga do índice fora de 2,1%.

O “principal contributo” para a desaceleração, diz o INE, decorre de um “efeito de base associado ao aumento mensal de preços registado nos produtos alimentares no último mês”, porque a variação (de 0,4%) foi “inferior ao que se verificou em Novembro de 2022 (1,7%)”.

O INE destaca as reduções das variações, face a Novembro de 2022, no índice dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas (3%), das bebidas alcoólicas e tabaco (2,4%) e ainda de uma terceira componente, a dos acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação (1,2%), num registo inferior ao que se verificara em Outubro em termos homólogos.

Já em “sentido oposto” surge “a variação de preços registada na classe das comunicações”, que aumentou para 4,8% (subira 4,1% no mês anterior).

Na comparação entre Outubro e Novembro, a variação do índice de preços foi de -0,3%, tendo os bens alimentares e bebidas não alcoólicas dado o “maior contributo positivo” para a diferença mensal, ao verificar-se uma variação de 0,4%. Nesse universo, “são de realçar as contribuições positivas dos subsubgrupos dos produtos hortícolas frescos e frigorificados, excepto batatas e outros tubérculos, do azeite, dos medicamentos e especialidades farmacêuticas, da manutenção e reparação de equipamento para transporte pessoal e do vinho”.

Em “sentido inverso”, com os “maiores contributos negativos para a variação mensal” da inflação estão os restaurantes e hotéis (variação de -3,1%) e os transportes (-1,5%). Aqui, “destacam-se os subsubgrupos dos hotéis, motéis, pousadas e serviços de alojamento similares, do gasóleo, dos voos internacionais, da fruta fresca ou frigorificada e da gasolina”.

Quando se olha para o indicador da inflação subjacente (do índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos), a variação é de 2,9%, inferior à de Outubro (3,5%).

Já a variação do índice “relativo aos produtos energéticos diminuiu para -12,4% (-12,1% no mês precedente), enquanto a do índice “referente aos produtos alimentares não transformados desacelerou para 3,5% (4% no mês anterior)”.

Além da revisão do índice de preços nacional, também o indicador que permite fazer a comparação com outros países europeus foi revisto em baixa. O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português foi de 2,2% em Novembro (a primeira estimativa era de 2,3%). Há uma diminuição em um ponto percentual em relação à variação observada em Outubro.

Em comparação com a média da zona euro, a inflação portuguesa, medida através deste indicador comum, está 0,2 pontos percentuais abaixo (na zona euro, a inflação foi de 2,4%).

Há uma inversão face ao que se passou em Outubro: nesse mês, Portugal tinha registado uma inflação de 3,2%, quando no conjunto da área do euro a média era de 2,9%.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários