Países nórdicos prometem ajudar a Ucrânia “até quando for necessário”
Depois dos EUA, Zelensky reuniu-se com líderes nórdicos para garantir mais ajuda na luta da Ucrânia contra a Rússia.
Depois de um périplo que o levou da Argentina até aos EUA, Volodymyr Zelensky reuniu-se, nesta quarta-feira, em Oslo, com o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Stoere, e outros líderes nórdicos. O Presidente ucraniano reforçou os pedidos de apoio para a luta contra a ofensiva russa, no mesmo dia em que a Rússia voltou a atacar Kiev, e do outro lado recebeu a promessa de mais auxílio na luta "pela liberdade e democracia".
"Hoje falámos e vamos falar de coisas específicas que podem salvar milhares e milhares de vidas ucranianas, bem como aumentar a pressão sobre o agressor", disse Zelensky numa conferência de imprensa conjunta com Stoere, em Oslo, depois do encontro.
Em conjunto, a Noruega, a Suécia, a Dinamarca, a Finlândia e a Islândia deram à Ucrânia ajuda no valor de cerca de 11 mil milhões de euros desde a invasão russa em Fevereiro de 2022 e, num comunicado a que a agência Reuters teve acesso, reforçam a intenção de continuar a apoiar a Ucrânia.
"Os países nórdicos apoiarão a Ucrânia até quando for necessário. A Rússia tem de pôr termo à sua agressão e retirar as suas forças imediata e incondicionalmente do território da Ucrânia, dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas", lê-se no comunicado.
Neste sentido, o primeiro-ministro norueguês disse que o seu país vai atribuir mais de 200 milhões de euros em ajuda a Kiev. "A Noruega continuará a apoiar a luta da Ucrânia para se defender. Estamos a prestar um apoio específico e a longo prazo para ajudar a Ucrânia na sua batalha pela liberdade e pela democracia", afirmou Stoere. "Os esforços da Ucrânia são importantes para salvaguardar a liberdade e a segurança também aqui na Noruega", acrescentou.
Por seu lado, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, disse que o seu Governo iria apresentar esta semana ao Parlamento um novo pacote de apoio à Ucrânia no valor de mil milhões de euros. Quatro dos cinco países nórdicos são membros da NATO, e a Suécia está à espera de que o seu pedido de adesão seja aprovado pelos 31 Estados-membros.
O encontro-surpresa com os líderes nórdicos decorreu poucas horas depois do segundo ataque da Rússia na última semana a Kiev. Segundo o presidente da câmara da capital ucraniana, Vitali Klitschko, pelo menos 45 pessoas ficaram feridas enquanto outras 27 receberam tratamento médico no local. Neste sentido, o Presidente ucraniano voltou a insistir na necessidade de maior protecção aérea para travar o envio de mísseis do lado russo.
Volodymyr Zelensky insistiu ainda na ideia de que o seu país não está em crise na guerra com a Rússia, respondendo, assim às críticas relacionadas com a falta de resultados concretos da contra-ofensiva ucraniana, poucas semanas depois de o chefe das Forças Armadas, Valery Zaluzhny, ter assumido, em entrevista à Economist, um impasse na guerra.
"Em relação às afirmações dos generais dos Estados Unidos e de algumas personalidades, devo dizer que, de qualquer forma, não se trata de uma crise", afirmou. "O que está em causa é o Inverno. E durante o Inverno temos sempre um abrandamento de uma ou outra operação, contra-ofensiva ou defensiva, não importa."
Citado pelo jornal The Guardian, Zelensky sublinhou o sucesso obtido pelos militares ucranianos no mar, de forma particular no mar Negro, chamando à responsabilidade os países europeus, numa altura em que se discute a possibilidade da entrada da Ucrânia na UE e o aumento do apoio financeiro a Kiev: "A Europa deve é fazer o mesmo que os países nórdicos fazem."