“É um bilhete para mim e outro para o meu neto”, diz Noémia de Aritzia, ofegante, óculos e gabardine pontilhados por pingos, após ter escapado o melhor que podia à intempérie sentida lá fora. Apaixonada por cinema, aos 79 anos já perdeu a conta às sessões a que foi assistindo ao longo da vida, muitas das quais no escuro das salas da Cinemateca Portuguesa. Tantas que, ao chegar, e ainda a sacudir o chapéu de chuva, ante a dúvida de ter acertado no local que procurava, lança uma equívoca pergunta a reflectir afinidades subconscientes: “É aqui a Cinemateca?”.
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