Adolescente condenado a prisão perpétua sem direito a liberdade condicional nos EUA

Juiz considerou o crime de Ethan Crumbley, na altura com 15 anos, um “verdadeiro acto de terrorismo”. Pais ignoraram alertas e ofereceram-lhe a pistola usada para matar quatro colegas da escola.

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Alunos da Escola Secundária de Oxford, no Michigan, numa vigília depois do tiroteio NIC ANTAYA/EPA
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Ethan Crumbley, um adolescente acusado de matar a tiro quatro colegas da sua escola no estado norte-americano do Michigan em Novembro de 2021, foi sentenciado na sexta-feira a prisão perpétua sem direito a liberdade condicional.

Kwame Rowe, juiz do condado de Oakland, justificou a imposição da sentença máxima por considerar que se tratou de um “verdadeiro acto de terrorismo”, que resultou na morte de quatro alunos da Escola Secundária de Oxford: Hana St. Juliana, de 14 anos, Madisyn Baldwin, de 17, Tate Myre, de 16, e Justin Shilling, de 17.

O juiz salientou que o adolescente, que na altura do tiroteio tinha 15 anos, obrigou o seu colega Justin Shilling a ajoelhar-se antes de o matar. “Isso é uma execução: isso é tortura”, disse o juiz, de acordo com a NBC News.

Crumbley tornou-se no primeiro menor nos Estados Unidos a ser sentenciado a uma pena tão dura desde que o Supremo Tribunal norte-americano decidiu que dois menores condenados por assassínio quando tinham 14 anos não podiam ser sentenciados a pena perpétua sem direito a liberdade condicional.

“Realmente lamento o que fiz e o que lhes tirei. Não posso devolver-lhes [a vida], mas posso fazer todo o possível no futuro para ajudar outras pessoas e é isso que farei”, disse Crumbley antes de ser sentenciado, segundo a CNN.

A procuradoria do condado de Oakland assegurou que os pais do adolescente ignoraram “os sinais de alerta” e não agiram, apesar de conhecerem algumas das “preferências perturbadoras do seu filho, como torturar animais e ver vídeos de extrema violência”.

Os pais, que num primeiro momento foram declarados em fuga até à altura da sua detenção, ofereceram-lhe a pistola semiautomática com que o adolescente efectuou os disparos e ignoraram os avisos da escola sobre o comportamento errático do filho.

Em Março deste ano, numa decisão sem precedentes da justiça dos EUA, um tribunal de recurso do Michigan decidiu que James e Jennifer Crumbley podem ser julgados por homicídio involuntário.

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