Infelizmente “radical”

Não há moderação nenhuma neste expediente retórico que consiste em usar a palavra “radical”, sem o mínimo de rigor, como uma classificação infamante.

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Se houvesse uma disciplina chamada “sismografia política”, um dos seus campos de estudo seria o modo como os abalos tectónicos que atingem o edifício político podem ser registados no uso de certas palavras e nos desvios semânticos a que são submetidas. A análise da língua do Terceiro Reich (LTI: Lingua Tertii Imperii), pelo filólogo alemão Victor Klemperer, fornece um modelo aplicado a um regime totalitário, anterior à revolução digital e ao sistema de informação globalizado. Nas nossas democracias liberais, a linguagem está sujeita a cristalizações e desvios não menos totalitários, mas os processos são diferentes – são obra de um poder difuso do qual participamos coercivamente e quase sempre sem nos darmos conta.

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