Caso das gémeas: Marcelo nega conhecer “diligências” junto do Ministério da Saúde

Ao mesmo tempo que publicava o decreto de demissão do Governo, o Presidente da República dava mais um esclarecimento sobre a polémica que o atinge.

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Marcelo Rebelo de Sousa disse que reencaminhou pedidos para o gabinete do primeiro-ministro LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Marcelo Rebelo de Sousa sacudiu esta quinta-feira à noite qualquer responsabilidade sobre um alegado encontro em 2019 entre o seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, e o então secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, noticiado pela TVI no âmbito do caso das gémeas luso-brasileiras com a atrofia muscular espinal tratadas com um dos medicamentos mais caros do mundo no Hospital de Santa Maria.

"Na sequência das notícias hoje surgidas, o Presidente da República reafirma que não teve conhecimento de quaisquer diligências junto do Ministério da Saúde no caso das gémeas luso-brasileiras, após o envio do dossier para o Gabinete do Primeiro-Ministro a 31 de Outubro de 2019", lê-se na nota publicada no sítio da Presidência, em simultâneo com o decreto da demissão do Governo.

A TVI noticiou esta noite que o então secretário de Estado da Saúde à data dos factos encontrou-se com Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República, quando decorria este processo. Confrontado com a notícia, o agora deputado socialista nunca desmente. "Nem desmentir, nem confirmar, porque são situações que só em sede própria devem ser tratadas. Não devem ser tratadas na praça pública", disse à entrada para a Assembleia da República à estação televisiva.

É mais um episódio num caso que tem estado a desgastar o Presidente da República e que já o levou a dar explicações públicas, na segunda-feira, onde afastou qualquer intervenção no caso, para além de ter recebido e reencaminhado emails sobre o assunto para o Governo. Mas admitiu nessa comunicação que, afinal, tinha recebido um email do filho, Nuno Rebelo de Sousa, a pedir o tratamento.

Disse ainda que todas as comunicações internas da Presidência sobre esta situação foram enviadas para a Procuradoria-Geral da República, onde corre um inquérito contra incertos sobre este caso. Questionado sobre se tem condições para continuar, Marcelo respondeu: "Ai certamente".

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