Costa garante que o seu gabinete seguiu o expediente normal no caso das gémeas

No Porto, o primeiro-ministro afirmou que o seu gabinete reencaminhou o caso , após receber uma comunicação da Casa Civil da Presidência da República.

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Primeiro-ministro viajou de metro entre a estação da Trindade e Casa da Música, no Porto, inaugurando os novos veículos CT da transportadora Adriano Miranda
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O primeiro-ministro, António Costa, declarou esta quarta-feira, no Porto, que o seu gabinete seguiu os procedimentos habituais de reencaminhamento no caso das gémeas luso-brasileiras tratadas em Lisboa, após receber uma comunicação da Casa Civil da Presidência da República.

"Relativamente ao que diz respeito ao meu gabinete, nós já confirmámos que recebemos uma comunicação da Casa Civil da Presidência da República, entre muitas outras que recebemos, e fazemos o que habitualmente fazemos com esse expediente: há um reencaminhamento para os ministérios competentes em razão da matéria. Ponto final", acrescentou o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas, no Porto.

Rodeados de vários ministros, António Costa foi questionado sobre o caso do tratamento de gémeas luso-brasileiras no hospital de Santa Maria, em Lisboa, na estação de metro da Casa da Música, após fazer a viagem inaugural nos novos veículos CT da transportadora e e sobre a questão respondeu: "Só para esclarecer" que "as entidades competentes estão a fazer as averiguações que são necessárias".

"Aparentemente, o Ministério Público está, o senhor ministro da Saúde [Manuel Pizarro] determinou uma inspecção por parte da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde. Aguardemos essas informações", afirmou o primeiro-ministro, que esteve no Porto, no âmbito da última iniciativa Governo+Próximo do seu executivo, que inclui também a realização de um Conselho de Ministros, quinta-feira, na Câmara do Porto.

O caso das gémeas foi revelado numa reportagem da TVI, transmitida no início de Novembro. Segundo a TVI, as duas crianças luso-brasileiras, que sofrem de atrofia muscular espinhal, vieram a Portugal em 2020 receber o medicamento Zolgensma - um dos mais caros do mundo.

De acordo com a reportagem da TVI, havia suspeitas de que o Presidente da República tivesse tido alguma influência neste caso, mas Marcelo Rebelo de Sousa já veio negar qualquer interferência. Esta segunda-feira, o Presidente da República esclareceu que a correspondência sobre este caso começou em 21 de Outubro de 2019 com um e-mail que o seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, lhe enviou, sublinhando ter dado um despacho "neutral e igual a que deu em "n" casos".

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou não ter havido "intervenção do Presidente da República pelo facto de ser filho ou não ser filho", com a troca de informação junto da Presidência a terminar dez dias depois, em 31 de Outubro. "O que se passou a seguir não sei, para isso é que há a investigação da PGR. E espero, como disse há dias, que seja cabal, para se perceber o que se passou desde, o momento em que saiu de Belém", afirmou.

Na intervenção que fez na estação da Casa da Música, onde decorreu a cerimónia de apresentação dos novos veículos CT do Metro do Porto, que começaram a operação comercial nesta quarta-feira, António Costa, destacou o “grande investimento” que está a ser feito na Metro do Porto.

“São mais de mil milhões que estão a ser investidos na Metro do Porto, entre novas composições, extensão de linhas e novas linhas”, disse, afirmando que “grande parte deste investimento é naturalmente suportado pelas verbas do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]".

Segundo Costa, o investimento do PRR na transportadora “não é um investimento numa instituição pública, é um investimento num serviço público transporte que é prestado a todos os cidadãos que vivem na cidade do Porto.”

Para o chefe do Governo, o momento que assinala a entrada ao serviço de novas composições, tal como o "investimento que foi feito com a criação do passe único, demonstra bem" que para se transformar "o paradigma de mobilidade que queremos, não basta estender rede, é preciso que cada um dos utentes sinta que o preço é mais acessível” e que "a viagem é mais cómoda".

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