Pintura de Rembrandt leiloada por 12,8 milhões de euros

Trata-se de um óleo sobre madeira de pequena dimensão que fora vendido por menos de um milhão de euros há dois anos, quando ainda era considerado uma obra do “círculo” do pintor holandês.

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Pormenor de Adoração dos Reis Magos, pintada por Rembrandt por volta de 1628 dr
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Uma pintura de Rembrandt van Rijn (1606-1669) cuja autoria fora recentemente confirmada rendeu esta quarta-feira, num leilão da Sotheby’s, em Londres, cerca de 12,8 milhões de euros (10,9 milhões de libras), quase 15 vezes o preço que atingira há apenas dois anos, quando a Christie’s a levou à praça identificada como sendo uma obra do “círculo” do pintor holandês.

Trata-se de uma Adoração dos Reis Magos, pintada a óleo sobre madeira de carvalho, de pequenas dimensões (24,5cm x 18,5cm), e que terá sido realizada por volta de 1628, pouco antes de o pintor se mudar de Leiden para Amesterdão. Era a obra mais esperada na sessão dedicada aos antigos mestres que a Sotheby's promoveu esta quarta-feira ao final do dia, mas acabou por não ser disputada, tendo sido arrematada pelo comprador anónimo que efectuara previamente um “lance irrevogável”.

Recentemente introduzida pela leiloeira, a modalidade do “lance irrevogável” compromete quem o faz a adquirir o lote pelo preço secreto que fixou, caso não existam ofertas superiores. Se outro comprador apresentar uma licitação mais alta, será ele a levar a peça, mas o autor do lance irrevogável é compensado pela leiloeira com uma percentagem da diferença entre o preço que propusera e aquele pelo qual a obra veio a ser efectivamente vendida.

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Esta Adoração dos Reis Magos, pintada a óleo sobre madeira de carvalho, é de pequenas dimensões (24,5cm x 18,5cm) dr

Embora longe do recorde de 20 milhões de euros conseguido na Christie’s, em 2009, pela pintura Retrato de Homem com os Braços nos Quadris, esta Adoração dos Reis Magos mostrou bem, ainda assim, o que uma atribuição de autoria mais peremptória pode fazer pelo valor comercial de uma pintura antiga. O quadro era bem conhecido, tendo integrado várias exposições importantes em museus holandeses até ao início dos anos 60, quando a sua atribuição a Rembrandt começou a ser contestada. Segundo a Sotheby’s, uma investigação que durou um ano e meio permitiu agora que a pintura fosse “amplamente reconhecida como uma obra de grande significado no período inicial da carreira” do pintor.

Não é todos os dias que vai a leilão uma peça deste valor, mas, por coincidência, a Christie’s leiloa já esta quinta-feira dois Canaletto, que formam um par e serão licitados em conjunto, e pelos quais a leiloeira estima conseguir entre 9,3 e 14 milhões de euros.

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