Meta e IBM lançam aliança para fazer frente à OpenAI

A empresa de Mark Zuckerberg vai co-liderar aliança de empresas, instituições académicas e associações a desenvolver IA para fazer frente à criadora do ChatGPT. Sony, Yale e Hrvard entre os membros.

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Empresa de Mark Zuckerberg vai co-liderar a coligação com a IBM Reuters/CARLOS BARRIA
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A IBM e a Meta (dona do Facebook, WhatsApp e Instagram) vão liderar uma nova coligação que junta mais de 50 empresas tecnológicas, startups e instituições académicas a desenvolver modelos de inteligência artificial (IA). O objectivo da AI Alliance é aumentar a transparência na área e criar alternativas a modelos de IA fechados que estão a ser desenvolvidos por empresas como a OpenAI (criadora do ChatGPT), a Microsoft e a Google.

Os membros incluem gigantes da tecnologia como a Dell, a Sony e a Intel, e instituições académicas como Harvard e Yale.

“Mais colaboração e partilha de informação ajudará a comunidade a inovar mais rapidamente, de forma mais inclusiva, a identificar riscos específicos e a atenuar esses riscos antes de lançar um produto”, lê-se no texto de apresentação da AI Alliance.

Desde o lançamento do ChatGPT, em Novembro de 2022, que o debate tecnológico se centra em torno da IA generativa, a tecnologia que usa grandes bases de dados e poder de computação para produzir conteúdo original (imagens, vídeos, textos, código informático, áudio). Apesar do nome, o modelo mais recente da OpenAI, o GPT-4, não é aberto: ou seja, não se sabe que dados são usados para treinar o sistema, nem detalhes sobre a infra-estrutura ou o consumo de energia exigido. O mesmo acontece com os sistemas desenvolvidos pela Google e pela Microsoft, que é uma das grandes investidoras da OpenAI.

A AI Alliance espera promover mais transparência. Isto não impede os membros, que incluem gigantes empresariais, de trabalhar em modelos fechados. Mas exige uma maior partilha de conhecimento, explica a equipa da Meta. “A AI Alliance reúne investigadores, programadores e empresas para partilhar ferramentas e conhecimentos que nos podem ajudar a progredir, quer os modelos sejam partilhados abertamente ou não”, clarifica Nick Clegg, responsável pelas políticas públicas da dona do Facebook, na apresentação do grupo.

Vários dos membros da AI Alliance têm grandes laboratórios de IA. É o caso da Meta, cujo modelo de linguagem Llama 2, está a ser usado para criar chatbots que se especializam em diferentes áreas do saber (por exemplo, desporto ou moda). No entanto, as novidades têm sido ofuscadas pela atenção dada ao ChatGPT, que mostrou o potencial de criar programas de computador com IA capazes de compreender e responder aos pedidos de humanos.

A IBM também tem recebido alguma atenção negativa desde que o supercomputador Watson não cumpriu a promessa, feita há oito anos, de acelerar o diagnóstico e tratamento de cancro.

Ao juntar esforços, a AI Alliance pretende desenvolver novos e melhores modelos de IA. É uma área que junta muito dinheiro. Dados de Outubro da analista IDC notam que até 2027 os gastos em soluções de IA generativa devem chegar aos 143 mil milhões de dólares (cerca de 132 mil milhões de euros à taxa de câmbio actual).

O grupo também espera criar conteúdo educativo para alertar o público em geral sobre o funcionamento, riscos e benefícios das novas tecnologias.

A notícia da AI Alliance chega numa altura em que vários países debatem leis para evitar os efeitos negativos da tecnologia, sem travar o progresso. Na próxima quarta-feira, dia 6 de Dezembro, os representantes do Parlamento Europeu, Comissão Europeia e Conselho da UE reúnem-se para debater a versão final de uma lei para regular programas e serviços de IA na União Europeia.

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