Julgamento de Netanyahu por corrupção retomado esta semana
Processo esteve suspenso nos últimos dois meses, na sequência do ataque do Hamas e da ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
Um tribunal de Jerusalém retoma esta segunda-feira o julgamento do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusado em 2019 de corrupção, fraude e abuso de confiança. O processo estava suspenso desde Outubro, na sequência do ataque do Hamas que deu origem à ofensiva israelita em curso na Faixa de Gaza.
Agora, com o fim do estatuto de emergência decretado a 7 de Outubro, os tribunais puderam retomar a sua actividade regular e o julgamento de Netanyahu será também retomado.
Segundo o jornal israelita Jerusalem Post, a primeira testemunha a prestar declarações esta segunda-feira é Eran Buchnik, um agente do Lahav 433 — a divisão da polícia de Israel que investigou as denúncias contra o primeiro-ministro israelita. Durante o dia serão ouvidos outros dois investigadores, Dotan Malichi e Lior Shpitz, testemunhas num processo em que vão ser ouvidas mais 50 pessoas.
O anúncio do reatamento do julgamento de Netanyahu foi muito criticado pelos seus aliados no partido Likud e no Governo.
"Guerra? Reféns? Economia? Nada disso, o mais importante é distrair o primeiro-ministro com testemunhos absurdos e ninharias delirantes", afirmou o ministro da Cooperação Regional, David Amsalem, citado pelo Jerusalem Post.
Netanyahu foi acusado em 2019 em três processos por corrupção, fraude e abuso de confiança. Foi a primeira acusação formal por estes crimes a um primeiro-ministro em funções na História de Israel.
Num dos casos, o primeiro-ministro foi acusado de corrupção, fraude e abuso de confiança por favorecimento a um grupo de telecomunicações detentor de um site que lhe terá dado cobertura noticiosa favorável (o antigo empresário da empresa Bezeq e do site Walla, que também foi acusado).
No segundo caso, foi acusado de fraude e abuso de confiança: terá aceitado presentes de empresários em troca de favores políticos.
No terceiro, foi acusado por fraude e abuso de confiança, neste caso por suspeita de ter prejudicado a concorrência de um jornal que lhe deu boa cobertura noticiosa, o diário de grande circulação Yediot Ahronot, cujo publisher foi também acusado.