Câmara do Porto pondera reaver edifício do Museu da Imprensa: “Não vamos deixar cair aquele projecto”
Município convocou uma assembleia geral para o dia 15 de Dezembro. Rui Moreira gostaria de fazer do espaço encerrado há 15 meses um “museu vivo”.
A Câmara do Porto está a estudar “a possibilidade de fazer a reversão do direito de superfície” do edifício do Museu da Imprensa, que está encerrado há 15 meses. O futuro do espaço continua a ser uma incógnita, mas, tal como o PÚBLICO havia adiantado, uma das possibilidades é o município recuperar o edifício para o qual há um contrato de concessão por mais 40 anos.
Se essa situação avançar, é vontade da Câmara do Porto manter o Museu da Imprensa naquele espaço. Mas não só. Rui Moreira disse aos vereadores, durante a reunião do executivo desta segunda-feira, que, “mantendo esta competência de ser um museu da imprensa”, era intenção que este espaço fosse também “um museu vivo, que contribuísse para que a imprensa não fosse apenas um museu”.
“Não vamos deixar cair aquele projecto. Gostaríamos de o fazer com os actuais participantes. Mas se não for possível com estes, será possível através de outros. Não vamos deixar que fique em ruína e acabe”, declarou.
No dia 15 de Dezembro haverá uma assembleia geral, convocada pela Câmara do Porto, revelou Nuno Lemos, presidente demissionário e representante da autarquia que esteve na reunião a pedido de Rui Moreira, que recebeu um pedido de esclarecimento sobre o assunto por parte da vereadora socialista Rosário Gambôa. A eleição de uma nova direcção será o primeiro passo para desbloquear o impasse que mantém o museu encerrado.
Fazem parte da AMI quatro entidades – a Câmara do Porto, a Global Media Group, a Apigraf e a Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros. O Global Media Group – que detém o Jornal de Notícias, Diário de Notícias, TSF e O Jogo, e que anunciou recentemente a intenção de fazer um despedimento colectivo – tem o voto com maior peso. O município tem do seu lado a vantagem de ser proprietário do edifício.
Rui Moreira deixou claro que não apoiaria a instalação da redacção do JN naquele edifício, embora já tenha demonstrado interesse em fazer um media park – e até ter inscrito esse projecto na Operação de Reabilitação Urbana de Azevedo de Campanhã. “Não seria legítimo que uma associação desta natureza pudesse vir a albergar ali os serviços do JN, porque há uma questão de interesse público e o JN não é uma cooperativa de jornalistas.”
A direcção que tomou posse do edifício em Junho de 2022 decidiu encerrar temporariamente este equipamento, alegando que patologias identificadas pelos Sapadores Bombeiros do Porto punham em causa a segurança do edifício. Além disso, um passivo de 196.610 euros da Associação do Museu da Imprensa (AMI), que geria o espaço, punha também em causa a reabertura.