Um morto e um ferido em esfaqueamento em Paris — autoridades tratam caso como terrorismo

O autor do ataque é conhecido da polícia por distúrbios psiquiátricos e radicalismo islâmico e, segundo fonte policial, afirmou que não suporta ver muçulmanos mortos pelo mundo.

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Ponte Bir-Hakeim, em Paris, onde um homem armado matou um turista Reuters/STEPHANIE LECOCQ
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Vítima mortal é um turista de dupla nacionalidade alemã e filipina Reuters/STEPHANIE LECOCQ
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Cordão de segurança foi montado no local, próximo da torre Eiffel Reuters/STEPHANIE LECOCQ
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Autor do ataque é conhecido da polícia por distúrbios psiquiátricos e radicalismo islâmico Reuters/STEPHANIE LECOCQ
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Um atacante armado com uma faca matou uma pessoa e feriu outra em Paris, no 15.º Bairro, tendo gritado “Allahu Akbar” (“Deus é grande”) antes de ser detido pela polícia, informou fonte policial citada pela agência AFP.

O atacante é “nascido em França”, em 1997, e é “francês”, segundo a mesma fonte, citada pela agência noticiosa francesa. O autor do ataque é conhecido da polícia por distúrbios psiquiátricos e radicalismo islâmico e, segundo fonte policial, afirmou que não suporta ver muçulmanos mortos pelo mundo.

O ministro do Interior, Gérard Darmanin, deslocou-se ao local e antes tinha escrito na rede social X (antigo Twitter): “A polícia acaba de deter, corajosamente, um atacante que visou transeuntes em Paris, perto do Cais de Grenelle. Uma pessoa foi morta e uma pessoa ferida foi entregue aos bombeiros de Paris. É aconselhado evitar a zona.”

Um cordão de segurança foi montado no local, próximo da Torre Eiffel, segundo a agência France-Presse (AFP).

Segundo escreve o jornal Le Monde, a vítima mortal tinha dupla nacionalidade, alemã e filipina. O turista estava com a namorada no momento do ataque, mas a mulher “não foi atacada fisicamente”, detalha o jornal francês, citando o ministro do Interior. De acordo com o jornal Libération, terá sido “a intervenção de um taxista” a interromper o ataque. O homem ligou para os serviços de emergência e o agressor fugiu do local. As autoridades acabaram por interceptar o homem pouco depois, na outra margem do rio Sena.

Ainda assim, o homem atacou duas outras pessoas com um martelo, um cidadão francês de 60 anos e um britânico de 66 anos. Ambas as pessoas encontram-se bem e fora de perigo. O Ministério Público francês abriu um inquérito por homicídio e tentativa de homicídio, mas ao final da noite o caso transitou para a Procuradoria Nacional Antiterrorista.

A AFP identifica o atacante como sendo Armand Rajabpour-Miyandoab. Quando foi detido em 2016, aos 19 anos, era estudante de Biologia e foi acusado de planear um ataque violento na zona de La Défense, no Oeste de Paris, que não chegou a concretizar. Foi posteriormente condenado em 2018.

Segundo escreve o jornal The Guardian, que cita a imprensa francesa, os seus pais, de origem iraniana, não eram muçulmanos. O homem terá sido convertido e radicalizado entretanto.

“O ódio e o terror não têm espaço na Europa”

O Presidente francês, Emmanuel Macron, enviou, pouco depois do incidente, as “condolências à família e aos amigos do cidadão alemão que morreu”. Numa publicação na rede social X, o responsável político escreveu que tinha os feridos “no seu pensamento” e agradeceu “às forças de emergência que permitiram que o suspeito fosse detido tão rapidamente”. “A Procuradoria Nacional Antiterrorista vai, agora, acompanhar o caso, para que seja feita justiça em nome do povo francês”, acrescentou.

A equipa que acompanha o caso vai agora tentar compreender que tipo de acompanhamento médico estava o suspeito a receber, já que se “tratava de uma pessoa com um perfil muito instável e muito susceptível de ser influenciado”, disse fonte da polícia à AFP. “Se ele estava sob a supervisão médica que deveria ter estado, e que esteve durante algum tempo, é uma questão que será colocada”, indicou a mesma fonte.

“Notícias chocantes chegam de Paris”, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annanela Baerbock, nas redes sociais. “Os meus pensamentos estão com os amigos e a família do jovem alemão que foi morto num suposto ataque islamista. Quase toda a sua vida estava à sua frente”, disse ela. “O ódio e o terror não têm lugar na Europa”, afirmou Baerbock.

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